Eu poderia dizer que fiz essa mudança com base em profundas análises semânticas do nosso glorioso vernáculo, bem como sua aplicação em estratagemas neurolinguísticas e ampla sagacidade intelectual com o apoio de várias xícaras de café barato, mas não. Não foi nada disso, com exceção do café, que é barato mesmo, portanto sem qualquer influência no propósito de potencializar o meu discurso. “O Pasmatório” é simplesmente um título que vem de encontro àquilo que o falecido Coluna Livre sempre foi: dispensável, sem propósito, impopular, ermo e devoluto. Um lugar lapidado para abrigar a mais perfeita inópia mental.
Talvez, ainda explorando os pormenores da TSR (Teoria do Sucesso Reverso), “O Pasmatório” poderá trazer um novo fôlego a este esfalfado sítio eletrônico, já que um novo nome, muitas vezes, representa também uma nova atitude diante das circunstâncias. Algo como aquilo que pessoas ocupadas fazem quando chega o final de semana. Elas sorriem. Quem sabe eu me anime a produzir mais conteúdos improdutivos diante de uma nova efígie literária, ainda que o conceito permaneça imaculado.
Do fracasso, não espero outra coisa senão que ele continue me acompanhando nessa pasmaceira toda, afinal, sem ele, todas as coisas seriam diferentes e nada do que foi feito se fez. Assim, saúdo as “figuras expressivas, sentenças latinas, ditos históricos, versos célebres, brocardos jurídicos, máximas, discursos de sobremesa e graças vetustas. As frases feitas, as locuções convencionais, as fórmulas consagradas pelos anos”. Vamos continuar divagando sobre cultura inútil, assuntos aleatórios, ocasionais, esparsos e sem importância. “Do corte de um colete, das dimensões de um chapéu, do ranger ou calar das botas novas”. Da mosca de banheiro ou a dinâmica de uma garrafa de Coca-Cola numa tribo de bosquímanos da Namíbia, discorramos sobre a vida, mas sem adornar muito o estilo, pois não quero obrigá-los a um esforço desnecessário, apesar da denominação deste lugarejo binário.