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quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A Mosca de Banheiro - Parte II

Onde viviam essas mosquinhas antes da existência dos banheiros?
Por Jotha Santos
Após muitos comentários (uns dois) recebidos por causa da minha pequena reflexão sobre as moscas-de-banheiro (entre outras), vamos colocar o assunto novamente em pauta, afinal, a cultura inútil é o que realmente interessa.

Na verdade eu não vou “falar” muito mais sobre o assunto. Em seu ótimo Diário da Tribo , meu grande amigo, pensador, escritor e jornalista científico Fábio Reynol dedicou uma coluna inteira para elucidar toda e qualquer altercação que pairava sobre o mundo das misteriosas mosquinhas-de-banheiro. O texto é tão esclarecedor que mereceu ser republicado aqui no Coluna Livre, na íntegra e sem censura.

Fiquei impressionado e um pouco preocupado com o que li. Primeiro, descobri que sofro de uma patologia grave denominada alucineos díptero psicodídeo insectuns toaletiuns, doença que ataca principalmente o cérebro de pensadores que utilizam o WC como fonte de inspiração para suas observações sobre o sentido da vida. Ela não tem cura (pelo menos enquanto existir banheiro) e como só se manifesta em pessoas que tem o hábito de tomar banho, é extremamente rara.

Uma possível solução para amenizar os sintomas seria tomar banho de água fria, evitando assim a evaporação do cloro impregnado nos azulejos, principal causador das alucinações (leia artigo abaixo), porém, os danos cerebrais causados pela Cândida (ou Qbôa, se preferir), aliadas às altas temperaturas das chuveiradas ao longo dos anos parecem ser irreversíveis. Hoje mesmo eu já vi umas quatro mosquinhas no meu banheiro.

Outra coisa muito me intrigou no estudo publicado por Reynol (lê-se Reinol). Se eu tenho visões de mosquinhas-de-banheiro no meu banheiro é porque estou mesmo doente. Mas se eu puder tocá-las e matá-las com as minhas próprias mãos, isso significa que elas realmente existem, e se elas existem, meu companheiro Reynol disse abertamente em sua coluna que o meu banheiro está sujo! Isso não é verdade! Eu garanto! Podem vir me visitar. Faço questão de mostrar o meu singelo WC. Pequeno, mas limpinho. Só não aconselho um banho quente, pois poderão desenvolver a mesma moléstia deste que vos escreve.

A partir de agora, vou diminuir a dosagem de cloro durante as desinfecções sanitárias em minha casa. As alucinações devem diminuir e, quem sabe um dia, eu até possa contemplar mosquinhas-de-banheiro verdadeiras, reais e com todas as suas formas e tamanhos, assim como o Reynol contempla todos os dias em seu toalete.

A mosca-de-banheiro
Meu amigo Joe Jotha Santos F.C., jornalista profissional e filósofo de responsa, suscitou uma pérola merecedora de inserção nos anais da filosofia contemporânea. Em seu blog
Coluna Livre, Jotha Santos se pergunta por que as moscas de banheiro só são encontradas em seu habitat azulejado do W.C. A preocupação do pensador nos remete a duas outras reflexões ainda mais profundas:


1 – Onde viviam essas mosquinhas antes da existência dos banheiros? e

2 – Qual a qualidade do banho de Jotha Santos se ele usa o tempo de seu asseio em elucubrações entomológicas?

Vamos nos ater à primeira questão, uma vez que a segunda afeta exclusivamente às pessoas de seu convívio, do qual só participo virtualmente por falta de tempo e agora por uma questão aromática.
O importante é que Jotha (lê-se “jota”) suscitou-me esse compêndio que segue abaixo o qual ultrapassa toda e qualquer cultura inútil por ser também irrelevante, inverídico e completamente desnecessário, todos os atributos fundamentais para figurar neste Diário da Tribo.

Então lá vai:

A mosca-de-banheiro
Por Fábio Reynol

A mosca-de-banheiro é uma alucinação coletiva que habita os sanitários domésticos, daí ela pertencer à família dos psicodídeos (ou dídeos que se reproduzem na psiqué humana). O cloro remanescente da limpeza dos azulejos evapora com a água quente do banho e é absorvido pelas fossas nasais do banhista que começa a ter alucinações dípteras psicodídeas.

Antes da invenção do banheiro, a mosca-de-banheiro era chamada de mosca-sem-teto e não atormentava ninguém, uma vez que os banhos (quando havia) eram de cachoeira e a céu aberto, sem paredes nem teto onde elas pudessem se apoiar e sem cloro que os banhistas pudessem cheirar. Elas depositavam seus ovos em assentamentos clandestinos e eram constantemente desalojadas por ordens judiciais de reintegração de posse.

No Brasil, encontramos três tipos principais de alucinação entomológica sanitária: Psychoda alternata, Psychoda cinerea e Psychoda satchelli. O melhor tratamento para essa patologia é parar de lavar o banheiro. Em pouco tempo as alucinações desaparecerão e em seu lugar surgirão moscas reais que botarão seus ovos nos restos de cabelo e matéria orgânica morta depositada nos ralos e encanamentos de esgoto.

Um bom psiquiatra também pode ajudar. Mesmo que ele não livre o seu banheiro das mosquinhas, ele pode auxiliá-lo a se concentrar no banho em vez de ficar pensando sobre a origem da fauna sanitária ou gastar o próprio tempo a escrever despautérios sobre pensamentos alheios absurdos da hora do banho e ainda publicá-los em um blog.


Importante: O Diário da Tribo não se responsabiliza por reações adversas de professores de Biologia que porventura encontrem o texto acima num trabalho escolar.
Foto: Wikipédia

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Perguntas Sem Respostas

Nossa vida está repleta de perguntas sem respostas!
Por Jotha Santos
Acabo de voltar de uma entrevista de emprego. Pra trabalhar como propagandista de laboratório. É isso mesmo. Pra ser aquele "cara chato" e todo engomadinho que sempre entra na sua frente no consultório médico justamente quando chega a sua vez.

Assim que entrei na sala 814 do hotel, me perguntaram: Você é insistente hein? Pelo visto, você quer mesmo entrar para essa empresa não é? Esta foi a segunda vez que eu participei de um processo seletivo para o tal laboratório. Tentei responder, mas só consegui dar um sorriso amarelo e dizer: Estou tentando.

O que me intrigou, no entanto, foi perceber que a nossa vida está repleta de perguntas sem respostas. Ou de perguntas em que a própria resposta está embutida nelas. Ou de perguntas que não deveriam ser consideradas perguntas por não possuir nenhum tipo de resposta. Eu sei. É uma loucura mesmo.

Toda vez que vou tomar banho, por exemplo, fico observando aquelas mosquinhas de banheiro. Por que será que a gente só vê mosquinha de banheiro no banheiro? Parece que ela não vive em nenhum outro lugar. O WC é o seu habitat natural. Eu nem imagino de onde elas aparecem. Pra mim, parece que sempre estiveram lá, no banheiro. E o pior é que elas são bem bobinhas. É fácil matá-las mesmo que você esteja manco das duas pernas. Só não tente jogar água porque não vai funcionar. Elas são à prova d’água. Mesmo que você as jogue dentro do vaso, não adianta. Só morre esmagando.

A pergunta é: Mosquinha de banheiro só vive mesmo no banheiro ou pode ser encontrada em outro lugar? Eu nunca vi. Não vi sequer um “parente” próximo dela, que se pareça pelo menos um pouco com ela, com aquelas asas meio ovaladas e corpo aveludado.

E o porta-luvas então. Porque será que aquele compartimento que todo carro (ou quase todo) tem se chama porta-luvas? Pode procurar. O que você menos vai encontrar em um porta-luvas é a tal da luva. Alguém pode dizer: Ah! Antigamente as mulheres usavam luvas! É verdade, eu concordo, mas e hoje em dia? O porta-luvas só serve para guardar um monte de traquitanas. E as mulheres substituíram a delicadeza das luvas pelo pezão em cima do painel. Ôh mania que mulher tem de colocar os pés no console do carro. Pode reparar. É um festival de frieiras, joanetes e unhas encravadas enfeitando os painéis que custaram uma grana preta e meses de trabalho entre projeto e fabricação. Imagine só uma mulher dessas usando luvas! Só se for de boxe.

Outra coisa que sempre me encasqueta também é quando alguém faz pavê como sobremesa e aí sempre aparece aquele mané que diz: “É pavê ou é pacomê? É o tipo de pergunta que além de não ter uma resposta lógica, irrita profundamente. No campo da idiotice, aliás, a gama de perguntas sem respostas é infinita, como por exemplo, por que os pilotos kamikazes usavam capacetes e por que pijama tem bolso se você não guarda nada nele enquanto dorme.

Não adianta procurar a resposta. E mesmo que você encontre, outra pergunta fica: E daí? Esta é a prova de que o nosso mundo é mesmo cheio de enigmas indecifráveis e incompreensíveis. Na maioria das vezes, nós vivemos indiferentes ao caos das perguntas sem respostas, tocamos nossas vidas sem reparar na riqueza dos mistérios que nos cerca.

Tudo bem que querer saber onde o Super-Homem guarda suas roupas quando se troca na cabine telefônica não é a coisa mais importante do mundo, mas observar as situações com um olhar curioso nós traz uma percepção um pouco mais racional e lógica dentro de um mundo tão irracional e ilógico. Questões aparentemente inúteis, muitas vezes, escondem significados importantes e se perpetuam através dos tempos, como o “ser ou não ser” de Shakespeare ou ainda a dúvida que paira sobre a ordem de nascimento do ovo e da galinha.

É certo que ninguém poderá encontrar respostas para tudo, como ainda não encontrou, mas nós simplesmente não podemos ignorar por que o banco cobra juros do cheque sem fundo que eu emito se eles sabem que eu não tenho fundos; ou por que o computador pede para apertar qualquer tecla para continuar quando não há nenhum teclado instalado. São coisas cotidianas que escondem os “verdadeiros mistérios da vida”, só para usar uma expressão mais cientifica e moderna.

Se você acha que toda essa reflexão não tem sentido nenhum, procure entender por que o Tarzan estava sempre barbeado e por que um minerador precisa saber o significado da palavra pneumoultramicroscopiscossilicovulcanoconiótico. É coisa de louco!

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