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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Palavras em Santa Maria

O fogo e a fumaça interrompem o futuro... o sorriso.
Por Jotha Santos
Palavras confortam... mas não agora. Pais procuram seus meninos... um último beijo... um último abraço.

Palavras confortam... mas não agora.
O fogo e a fumaça interrompem o futuro... o sorriso. E por uma mórbida brincadeira do acaso, em um momento de alegria...

Palavras confortam... mas não agora.
Na madrugada, em nossas casas, não sabíamos que o céus de Santa Maria cobriam-se   de cinzas... não imaginávamos que a morte chegara junto às chamas da tragédia...

Palavras confortam... mas não agora.
Um único sinalizador, uma única saída... centenas de vidas. Por Deus! Essa conta não bate! Nada mais faz sentido.

Palavras confortam... mas não agora.
Pais procuram suas crianças em meio ao caos inesperado... em meio a árdua ceifa do destino. Destino traçado sem o nosso entendimento... sem o nosso consentimento.

Palavras confortam... mas não agora.
Uma triste sinfonia de celulares ecoava... mas não havia resposta. Não havia consolo em tantos sons registrados por aqueles que se foram. Sons que marcaram suas vidas, suas alegrias, tristezas, amores, momentos, desejos, sonhos... ruína! O beijo mais que esperado jamais veio. Por ironia do destino, em um inferno chamado “Kiss”.

Palavras confortam... mas não agora.
Enquanto dormíamos, o alvorecer em Santa Maria transformava vidas. Transformava histórias.

Palavras confortam... mas não agora.
A chama foi extinta. A fumaça dissipada. O dia 27 de janeiro, no entanto, não se apagará jamais! Ficam o choro, a dor, o desespero, o sofrimento... as cicatrizes. As paredes se esfriam, mas o calor de uma triste lembrança não será amenizado. Nada mais será como antes...

Palavras consolam... mas não agora.

Que o bálsamo divino traga alívio, descanso e aconchego. E que a névoa da catástrofe não mais se aproxime de nossas crianças. Crianças que só queriam um pouco de diversão.

Palavras consolam... mas não agora.  

Foto: http://br.freepik.com

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Os sentidos do Natal

Ô Noel? Isso aqui é bala 7Belo!
Por Jotha Santos
Os sentidos do Natal são cinco: Tato, olfato, paladar, visão e audição. É através deles que compreendemos o verdadeiro espírito natalino, a verdadeira magia por trás de uma data tão economicamente festiva. Esta série quase especial será dividida em cinco capítulos. Nela, farei algumas reflexões quase importantes, revelando porque o Natal realmente tem mesmo algum sentido.

O tato é o primeiro sentido que desenvolvemos e por ele nós entendemos as muitas peculiaridades do Natal. Quem nunca na vida levou um tremendo choque ao tocar aquelas inqualificáveis lampadinhas chinesas vendidas em lojas de 1,99, sempre amontoadas da pior maneira possível em caixas de papelão recém despachadas pelo Porto de Santos? É aquele monte de gente puxando uma fieira daqui, outra dali. Uma bagunça geral. Mas é na hora de testar que o tato entra em ação:

- Liga aí, Tião!
- Dzzzzzzzzz!!
- Ôh, fia da mãe!

Outra coisa importante que o tato nos revela sobre o Natal diz respeito à qualidade das bolinhas que enfeitam as árvores, móveis, telhados, soleiras, toldos, pias, maçanetas, cortinas e uma infinidade de outros lugares onde um ser humano já conseguiu pendurar aquelas pequenas esferas coloridas. Quando você pega uma na mão, não adianta, ninguém resiste à tentação de dar aquela conferida pra ver se ela é forte mesmo:

- Ô amigo! Essa bola quebrou!
- Tu aplicou força excessiva no objeto!
- Mas...
- Vai ter que pagar!

É sempre assim. Além de correr o risco de levar um corte que só vai cicatrizar no próximo Natal (data em que você provavelmente vai testar outra bolinha), ainda terá que arcar com os prejuízos. O seu, por estar levando um produto de má qualidade, e o da loja, que só tolera testes de pressão em seus produtos abaixo dos 0,02 quilogramas-força por centímetro quadrado.

Tatear também auxilia as crianças em suas descobertas em relação ao mundo quase perfeito do Papai Noel. Dentro dos shoppings (o novo lar do cidadão em questão), elas olham, olham, e se admiram com tudo aquilo, mas sem o tato não dá:

- Mamãe, mamãe, olha só a neve!
- É minha filha, é neve mesmo!
- Ah! Que droga!
- O que foi?
- Algodão!
- Então olha as renas!
- Plexiglass!
- Então vamos ver a árvore? Legal né?
- Plástico.

A decepção é tanta que os olhinhos da criança só voltam a brilhar quando vê o Papai Noel ali, bem na sua frente, pronto para realizar todos os seus sonhos e finalmente entregar aquele presente que ela tanto queria.

- Ho Ho Ho Ho!
- Qual é o seu desejo, criança? (com aquela voz de Papai Noel, claro)
- Eu queria ganhar uma Barbie 2.0 Turbo Intercooler Combo Ultra Plus!
- Ho Ho Ho Ho Ho Ho!
- Abra as mãos e feche os olhos!

Então a criança fica empolgada. Esse é o seu momento!

- Ô Noel? Isso aqui é bala 7Belo!
- Ho Ho Ho Ho!
- E é só isso que o senhor tem pra me dizer?
- Ho Ho Ho!
- Não sabe falar outra coisa não?
- Ho Ho!
- Tô desconfiada que talvez você não seja o Santa!
- Ho!
- Posso colocar os seus óculos?
- Claro, minha filha!
- Ué?
- Não tem lente?
- Que material é esse?
- PVC...
- Posso então tocar na sua barba?
- Credo! Quê qué isso?
- Fibra vegetal...
- E esse seu cinto?
- Papelão...
- E a bota?
- Napa...
- E essa pança?
- Falsa...
- E a roupa?
- Naycron!


Continua (ou não) na próxima blogada!


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