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terça-feira, 6 de novembro de 2007

Perguntas Sem Respostas

Nossa vida está repleta de perguntas sem respostas!
Por Jotha Santos
Acabo de voltar de uma entrevista de emprego. Pra trabalhar como propagandista de laboratório. É isso mesmo. Pra ser aquele "cara chato" e todo engomadinho que sempre entra na sua frente no consultório médico justamente quando chega a sua vez.

Assim que entrei na sala 814 do hotel, me perguntaram: Você é insistente hein? Pelo visto, você quer mesmo entrar para essa empresa não é? Esta foi a segunda vez que eu participei de um processo seletivo para o tal laboratório. Tentei responder, mas só consegui dar um sorriso amarelo e dizer: Estou tentando.

O que me intrigou, no entanto, foi perceber que a nossa vida está repleta de perguntas sem respostas. Ou de perguntas em que a própria resposta está embutida nelas. Ou de perguntas que não deveriam ser consideradas perguntas por não possuir nenhum tipo de resposta. Eu sei. É uma loucura mesmo.

Toda vez que vou tomar banho, por exemplo, fico observando aquelas mosquinhas de banheiro. Por que será que a gente só vê mosquinha de banheiro no banheiro? Parece que ela não vive em nenhum outro lugar. O WC é o seu habitat natural. Eu nem imagino de onde elas aparecem. Pra mim, parece que sempre estiveram lá, no banheiro. E o pior é que elas são bem bobinhas. É fácil matá-las mesmo que você esteja manco das duas pernas. Só não tente jogar água porque não vai funcionar. Elas são à prova d’água. Mesmo que você as jogue dentro do vaso, não adianta. Só morre esmagando.

A pergunta é: Mosquinha de banheiro só vive mesmo no banheiro ou pode ser encontrada em outro lugar? Eu nunca vi. Não vi sequer um “parente” próximo dela, que se pareça pelo menos um pouco com ela, com aquelas asas meio ovaladas e corpo aveludado.

E o porta-luvas então. Porque será que aquele compartimento que todo carro (ou quase todo) tem se chama porta-luvas? Pode procurar. O que você menos vai encontrar em um porta-luvas é a tal da luva. Alguém pode dizer: Ah! Antigamente as mulheres usavam luvas! É verdade, eu concordo, mas e hoje em dia? O porta-luvas só serve para guardar um monte de traquitanas. E as mulheres substituíram a delicadeza das luvas pelo pezão em cima do painel. Ôh mania que mulher tem de colocar os pés no console do carro. Pode reparar. É um festival de frieiras, joanetes e unhas encravadas enfeitando os painéis que custaram uma grana preta e meses de trabalho entre projeto e fabricação. Imagine só uma mulher dessas usando luvas! Só se for de boxe.

Outra coisa que sempre me encasqueta também é quando alguém faz pavê como sobremesa e aí sempre aparece aquele mané que diz: “É pavê ou é pacomê? É o tipo de pergunta que além de não ter uma resposta lógica, irrita profundamente. No campo da idiotice, aliás, a gama de perguntas sem respostas é infinita, como por exemplo, por que os pilotos kamikazes usavam capacetes e por que pijama tem bolso se você não guarda nada nele enquanto dorme.

Não adianta procurar a resposta. E mesmo que você encontre, outra pergunta fica: E daí? Esta é a prova de que o nosso mundo é mesmo cheio de enigmas indecifráveis e incompreensíveis. Na maioria das vezes, nós vivemos indiferentes ao caos das perguntas sem respostas, tocamos nossas vidas sem reparar na riqueza dos mistérios que nos cerca.

Tudo bem que querer saber onde o Super-Homem guarda suas roupas quando se troca na cabine telefônica não é a coisa mais importante do mundo, mas observar as situações com um olhar curioso nós traz uma percepção um pouco mais racional e lógica dentro de um mundo tão irracional e ilógico. Questões aparentemente inúteis, muitas vezes, escondem significados importantes e se perpetuam através dos tempos, como o “ser ou não ser” de Shakespeare ou ainda a dúvida que paira sobre a ordem de nascimento do ovo e da galinha.

É certo que ninguém poderá encontrar respostas para tudo, como ainda não encontrou, mas nós simplesmente não podemos ignorar por que o banco cobra juros do cheque sem fundo que eu emito se eles sabem que eu não tenho fundos; ou por que o computador pede para apertar qualquer tecla para continuar quando não há nenhum teclado instalado. São coisas cotidianas que escondem os “verdadeiros mistérios da vida”, só para usar uma expressão mais cientifica e moderna.

Se você acha que toda essa reflexão não tem sentido nenhum, procure entender por que o Tarzan estava sempre barbeado e por que um minerador precisa saber o significado da palavra pneumoultramicroscopiscossilicovulcanoconiótico. É coisa de louco!

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