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terça-feira, 30 de outubro de 2018

O oráculo da casa tomou todo o espaço

Grupo Abril: Nove das 11 revistas fechadas
Por Jotha Santos
O mercado editorial brasileiro em 2018 passa por uma enorme crise. Desde livrarias tradicionais como Saraiva e Cultura, até grandes empresas estrangeiras que cancelaram suas operações no Brasil, como a Fnac, todos sentem o golpe. Em agosto, o Grupo Abril, um dos maiores e mais populares conglomerados de mídia do país anunciou o fechamento de 11 revistas – isso mesmo – onze. Centenas de profissionais foram demitidos e o público cativo de alguns magazines ficaram órfãos de suas habituais fontes de informações segmentadas. Eu mesmo gostava muito da “Mundo Estranho”.

Não farei aqui nenhuma análise de situações que contribuíram para tamanha crise no setor (e eu nem me atreveria). É claro e evidente que as mídias digitais tomaram (e estão tomando) os espaços dos formatos tradicionais e daqueles que não se adaptam, mas não é só isso. No caso da Abril, por exemplo, temos uma crise também moral e ética. O compromisso com a verdade é secundário. 

A decadência de princípios e dignidade tem saltado aos olhos, principalmente quando falamos da revista Veja, antes uma referência do jornalismo brasileiro. O principal produto Abril resiste, pois ainda é “rentável”, mas terá que passar por uma reestruturação radical. Ideologias, conceitos, recursos, visão jornalística, enfim, todas as doutrinas que permeiam o bom jornalismo precisam de uma nova direção. Infelizmente, muitos periódicos de qualidade do grupo "pagaram o pato", afinal, não carreavam tanta ideologia de favorecimento próprio. A diversidade na Abril tornou-se menos importante. O oráculo da casa tomou todo o espaço.

Mas a população acordou. Não estamos mais presos à grande mídia. Apesar de suas restrições e do grande monopólio de algumas gigantes da era digital, a Internet trouxe novas vozes, novos observadores da realidade e temos acesso. Hoje, somos todos os “olhos do mundo” e eles estão bem abertos. Não há mais espaço para engodos, trapaças, armadilhas e “edições Mandrake” com o objetivo de apresentar a realidade que eles querem moldar; a realidade que combina melhor com um veículo ardiloso, seus anunciantes, acionistas e seus enormes bolsos. Quem se pautar por esta decrépita formula certamente não vai sobreviver.

O novo presidente já avisou!

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