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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Uma campanha histórica. Nossa, e de graça!

Manifestação com gente civilizada é bobagem
Por Jotha Santos
O que vimos ontem por todo o país foi, provavelmente, a maior manifestação popular da história do Brasil. E não só uma manifestação, mas uma imensa e excepcional campanha para um presidenciável. E tudo de graça! Alguns, vejam só, até “lucraram”. Quando é que presenciamos a venda de camisetas, bonés, broches, bandeiras e uma infinidade de outros objetos com o rosto de um político estampado? O que antes era distribuído (e ninguém queria), agora vale ouro. Vale um ideal.

Apesar do desejo de alguns, não houve baderna e nem discórdia. Nada de pessoas nuas fazendo suas necessidades e muito menos enfiando crucifixos em lugares “secretos”. Nenhum quebra-quebra, nenhum saque, nenhuma suástica labiríntica, nenhum gás lacrimogêneo ou balas de borracha. Milhões de pessoas caminharam pelas ruas simplesmente para provar que o Brasil pede mudança. A “grande” imprensa quase não deu importância. Sem anarquia e contra os seus caprichos políticos, não vale. Não é notícia. Manifestação com gente civilizada é bobagem!

A história dos acontecimentos do dia 21 de outubro de 2018 será contada por nós, o povo. A “ilustre” imprensa nacional (e até a internacional), salvo pequenas exceções, não irá colaborar com os verdadeiros registros, com os fatos. É papel dela, mas não dessa vez. Quem sabe, uma coisa ou outra sobre um certo vídeo pinçado em tom editorial oportunista, mas nada além disso. Por sorte, a tecnologia das duas últimas décadas nos deu uma voz, antes distorcida pelos interesses daqueles que controlavam os meios.

A narrativa dos eventos de domingo fica por nossa conta. O registro é nosso. As fotos, os vídeos, os depoimentos, os tuítes e os zaps são nossos, ainda que alguns queiram censurar. Ainda que alguns digam que isso não é democrático. Não vão conseguir. Somos mais, pois nós somos a própria história, a verdade e o desejo de transformação.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Gotas d'água em Belo Monte

Energia eólica? Solar? Não... isso não vai acontecer tão cedo.
Por Jotha Santos
Ironia é um movimento que quer impedir a construção de uma usina hidrelétrica se chamar "Gota d'água". Itaipu sepultou para sempre o Alto das Sete Quedas, um dos mais belos espetáculos da natureza em nosso país. Hoje, temos banho quente, iPads e celulares carregados graças a esse "atentado" contra nosso "patrimônio" natural. Mas vivemos bem e felizes, principalmente quando o ar-condicionado funciona e refresca o calor insuportável do qual também somos culpados. E isso, sem se lembrar das Sete Quedas, das pessoas que moravam em seu entorno e dependiam do turismo lá explorado para a própria sobrevivência.

Precisamos ser menos hipócritas e conviver com a realidade. Energia eólica? Solar? Não... isso não vai acontecer tão cedo. Talvez nunca na proporção que queremos ou precisamos. Não do jeito que está. Mas ainda vamos querer uma água gelada a qualquer momento, uma roupa passada e uma TV ligada em nosso programa favorito. 

No Brasil, culturalmente crescemos assim: primeiro destruímos para depois progredirmos, infelizmente. E um prognóstico nada otimista revela que essa condição não deve mudar. Não nessa ou nas próximas gerações. Nada muda justamente por causa da nossa hipocrisia, pois quando o problema de uma nação bate a nossa porta, apenas "nos expressamos" entupindo as redes sociais de mensagens motivacionais, vídeos e frases impactantes que mais parecem um capítulo de novela. Novela que só acompanhamos graças àquela mesma usina hidroelétrica que destrói nosso patrimônio, nossos lares, nossa natureza. 

Alguém poderá me dizer que estou agindo da mesma forma. Deixo um comentário em uma rede social e pronto. Minha parte está feita. Consciência limpa. 

Não. Eu não fiz a minha parte. Minha consciência não está limpa. Não está, assim como a energia que me permite fazer este comentário não é limpa. Nossas atitudes não são limpas, nossas vidas não estão limpas, nossos governantes, nossas leis, nossos estatutos e nossas experiências não são limpas. O Brasil não está limpo. 

Hidrelétrica, termoelétrica, nuclear, a carvão ou a moinho de vento, não importa. Infelizmente não importa, pois amanhã, o que vamos querer mesmo é um bom banho quente e um refrigerante gelado após um longo dia de trabalho. Trabalho este que permite pagar os impostos. Os mesmos impostos que financiam a construção de usinas, sejam elas a água, radiativas ou destrutivas. Independente do tipo, o mais importante mesmo é que elas impeçam um apagão nacional. Apagão este que nos impedirá de postar mensagens, protestos, vídeos e frases impactantes no Facebook, Twitter, Instagram e tantos outros.

Quem sabe, se nossos celulares não despertarem mais pela manhã por falta de energia, talvez não precisaremos mais trabalhar. Assim, não iremos mais gerar impostos para a construção de novas usinas, evitando então que elas destruam florestas, vidas e belezas naturais. Evitando que elas sepultem a história, que ironicamente, em nosso século, passou a ser escrita por elas e por meio delas. 

Foto: pt.wikipedia.com

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