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sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Os Sentidos do Natal: Parte II

É tipo uma galinha. Só que bem maior!
Por Jotha Santos
Após receber muitos pedidos por e-mail (uns quatro), e também pessoalmente (uns dois), a equipe do Coluna Livre (no caso, só eu mesmo) dá continuidade à série Os Sentidos do Natal. Até o dia 25 de dezembro – não necessariamente desse ano – você poderá compreender (ou não), de forma inutilmente analítica, do que o Natal realmente é feito.

Depois do importante tato (veja abaixo. Abaixo, mas no outro texto), analisaremos, de maneira profundamente superficial, o olfato e o paladar. Embora sejam sentidos diferentes, estão essencialmente fadados a dividir as atenções. Não adianta. Primeiro você cheira, depois come. Muita gente até faz o contrário, mas quase sempre acaba se dando mal. Quem é que nunca abriu a geladeira, pegou a primeira garrafinha que viu pela frente, deu aquela golada bem servida e só depois percebeu que o leite já havia virado queijo. É por isso que não dá para separar os dois. Cheirar e comer fazem parte da nossa história. E também fazem bem à saúde.

Com cerca de 5 milhões de células olfativas e capaz de identificar mais de 4 mil cheiros diferentes, nosso nariz nos revela algumas coisas interessantes sobre o Natal. Um dos grandes sinais quase sempre vem logo pelas manhãs do último mês do ano. O cheiro de açúcar e canela não deixa dúvidas: Tem rabanada! Aquele pãozinho amanhecido mergulhado em leite e ovos faz a alegria da criançada (e da velhacada sem dente também), porém, alguns questionamentos ainda habitam o consciente coletivo individual das maiores cabeças pensantes do nosso universo cósmico natalino.

- Ô mãe?
- Diga, minha filha!
- Por que essa comida chama rabanada?
- Não sei. É só um nome!
- É feita de rabo?
- Claro que não. Imagina!
- Tem rabo dentro?
- NÃO, né! É feita de pão!
- Ahh...
- Ô mãe?
- Hum!
- Pão tem rabo?

Além do nome, o prato típico de fim-de-ano ainda traz outra questão não esclarecida:

- Ô mãe?
- O que é, menina!
- Como se faz rabanada?
- Bom, primeiro você pega o pão amanhecido...
- Peraí! Amanhecido?
- É, filha...
- Como assim?
- Amanhecido! De um dia para o outro! Entende?
- Ah, bom!
- Então você passa no leite, no ovo e frita.
- Legal.
- Mas... ô mãe?
- FALA!
- Pão dorme?

Assim que o paladar entra em ação, mais alguns quase mistérios são desvendados. O Natal passa então a ser mais bem compreendido. As 10 mil papilas gustativas da língua, que transformam o sabor em impulsos elétricos que dizem ao cérebro se a comida é boa ou não, auxiliam nossa percepção do mundo de São Nicolau e suas nuances, filosoficamente falando, claro. As incertezas, no entanto são inevitáveis. O complexo sistema da mais festiva das datas é assim, digamos, muito complexo, redundantemente falando.

- Ô mãe?
- Oi.
- Quiquié Chester?
- Chester é uma ave, minha filha!
- Ave que voa?
- Não sei. Acho que não!
- Como assim?
- É tipo uma galinha. Só que bem maior!
- Ahh...
- Você já viu um?
- Eu não!
- Então como é que você sabe?
- Sabe o quê?
- Que ele não voa?
- Ah! Sei lá... ...sabendo!
- Me dá um pedaço?
- Tó!
- Gostoso né?
- É.
- Mas não tem gosto de galinha. É melhor.
- É.
- Parece frango.
- É.
- Mas é melhor.
- Verdade! Acho que é um frango superdesenvolvido.
- Como assim?
- Ah! É um frango saradão, mais forte!
- Humm...
- Mas, ô mãe?
- Quié?
- Frango vai na academia?
- LÓGICO QUE NÃO, NÉ!
- Então como é que ele fica mais forte?
- Sei lá! Acho que o pessoal dá um remédio pra ele tomar?
- Remédio?
- É. Pra ele crescer mais que os outros!
- Humm...
- Mas, ô mãe?
- FALA!
- Chester toma bomba?
- NÃO!!!!
- Mas então como é que...
- CHEGA! CHEGA DESSE ASSUNTO!
- O que foi?
- Chester é Chester e pronto!
- Tá bom, tá bom...! Não precisa ficar brava!
- Não tô brava!
- Então tá...
- Mas, ô mãe?
- Humpf! O que é!?
- Chester é uma ave que chama Chester, né?
- É.
- E Chester não é frango nem galinha, né?
- É.
- Se Chester é uma ave que não é frango nem galinha...?
- FALA LOGO!!
- Será que Chester tem rabo?


sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Os sentidos do Natal

Ô Noel? Isso aqui é bala 7Belo!
Por Jotha Santos
Os sentidos do Natal são cinco: Tato, olfato, paladar, visão e audição. É através deles que compreendemos o verdadeiro espírito natalino, a verdadeira magia por trás de uma data tão economicamente festiva. Esta série quase especial será dividida em cinco capítulos. Nela, farei algumas reflexões quase importantes, revelando porque o Natal realmente tem mesmo algum sentido.

O tato é o primeiro sentido que desenvolvemos e por ele nós entendemos as muitas peculiaridades do Natal. Quem nunca na vida levou um tremendo choque ao tocar aquelas inqualificáveis lampadinhas chinesas vendidas em lojas de 1,99, sempre amontoadas da pior maneira possível em caixas de papelão recém despachadas pelo Porto de Santos? É aquele monte de gente puxando uma fieira daqui, outra dali. Uma bagunça geral. Mas é na hora de testar que o tato entra em ação:

- Liga aí, Tião!
- Dzzzzzzzzz!!
- Ôh, fia da mãe!

Outra coisa importante que o tato nos revela sobre o Natal diz respeito à qualidade das bolinhas que enfeitam as árvores, móveis, telhados, soleiras, toldos, pias, maçanetas, cortinas e uma infinidade de outros lugares onde um ser humano já conseguiu pendurar aquelas pequenas esferas coloridas. Quando você pega uma na mão, não adianta, ninguém resiste à tentação de dar aquela conferida pra ver se ela é forte mesmo:

- Ô amigo! Essa bola quebrou!
- Tu aplicou força excessiva no objeto!
- Mas...
- Vai ter que pagar!

É sempre assim. Além de correr o risco de levar um corte que só vai cicatrizar no próximo Natal (data em que você provavelmente vai testar outra bolinha), ainda terá que arcar com os prejuízos. O seu, por estar levando um produto de má qualidade, e o da loja, que só tolera testes de pressão em seus produtos abaixo dos 0,02 quilogramas-força por centímetro quadrado.

Tatear também auxilia as crianças em suas descobertas em relação ao mundo quase perfeito do Papai Noel. Dentro dos shoppings (o novo lar do cidadão em questão), elas olham, olham, e se admiram com tudo aquilo, mas sem o tato não dá:

- Mamãe, mamãe, olha só a neve!
- É minha filha, é neve mesmo!
- Ah! Que droga!
- O que foi?
- Algodão!
- Então olha as renas!
- Plexiglass!
- Então vamos ver a árvore? Legal né?
- Plástico.

A decepção é tanta que os olhinhos da criança só voltam a brilhar quando vê o Papai Noel ali, bem na sua frente, pronto para realizar todos os seus sonhos e finalmente entregar aquele presente que ela tanto queria.

- Ho Ho Ho Ho!
- Qual é o seu desejo, criança? (com aquela voz de Papai Noel, claro)
- Eu queria ganhar uma Barbie 2.0 Turbo Intercooler Combo Ultra Plus!
- Ho Ho Ho Ho Ho Ho!
- Abra as mãos e feche os olhos!

Então a criança fica empolgada. Esse é o seu momento!

- Ô Noel? Isso aqui é bala 7Belo!
- Ho Ho Ho Ho!
- E é só isso que o senhor tem pra me dizer?
- Ho Ho Ho!
- Não sabe falar outra coisa não?
- Ho Ho!
- Tô desconfiada que talvez você não seja o Santa!
- Ho!
- Posso colocar os seus óculos?
- Claro, minha filha!
- Ué?
- Não tem lente?
- Que material é esse?
- PVC...
- Posso então tocar na sua barba?
- Credo! Quê qué isso?
- Fibra vegetal...
- E esse seu cinto?
- Papelão...
- E a bota?
- Napa...
- E essa pança?
- Falsa...
- E a roupa?
- Naycron!


Continua (ou não) na próxima blogada!


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