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sábado, 10 de fevereiro de 2018

São apenas palavras... apenas palavras!

"Minha vida é um litro abertis..."
Por Jotha Santos
Têm coisas na vida que me deixam irritado, como escrever algo e ser mal interpretado. Assim, meus caros leitores (que na verdade quase não existem, mas eu finjo que tenho centenas de milhares deles), vocês podem até perguntar:

- Mas do que esse cara está falando se ninguém lê o que ele escreve?

Acreditem.  Algumas pessoas leram as bobagens que escrevo e me censuraram com interpretações estapafúrdias, esdrúxulas, tresloucadas e estrambóticas de um de meus humildes textos. Por um lado eu fiquei feliz, claro. Afinal, alguém leu. O problema é que não souberam interpretar e deram uma dimensão apocalíptica para as minhas palavras, condizente com os relatos do apóstolo João em seu livro das revelações e as batalhas do Armagedom. Só que eu não me senti como o anjo Gabriel mandando espadada em demônio de sete cabeças, mas como o próprio Judas, pego de calças curtas com um punhado de moedinhas de prata nas mãos.

Eu não sei como eram os “porões da Ditadura”, mas me senti em um deles por alguns minutos. É. Isso mesmo. Só por uns míseros minutos. Até por isso não vou entrar em muitos detalhes freudianos sobre o “aconticido”, como diria o bom mineiro. Não posso perder preciosas linhas de sabedoria de boteco com esse tipo de situação, uma vez que grande parte do que escrevo (a maioria, por sinal), é pura bobagem. Gosto de usar esse espaço para refletir sobre as banalidades da vida. Coisas simples como a mosca de banheiro, as garrafas de Coca-Cola, os sentidos do Natal e os esbarrões da vida. Tudo bem que, entre uma coisinha ou outra, até tem alguma tralhada interessante ou importante, mas nenhuma das minhas ponderações servem de metralhadora giratória contra o caráter, a honra e a dignidade de ninguém. Pelo contrário. O único esculachado aqui sou eu mesmo. São apenas palavras... apenas palavras!

Embora alguém possa afirmar que sim, não tenho a intenção de usar  mensagens subliminares, indiretas, artimanhas jornalísticas, Teorias da Comunicação (e da conspiração), pretextos, estratagemas ou evasivas para justificar algo. Apesar de ser a personificação do fracasso, isso não significa que tento explicá-lo através de meus textos, até porque, seu eu tentasse, provavelmente fracassaria também. Não coloco a culpa em ninguém, não cobro e não envio recados como o Kim Jong-un quando lança seus mísseis ao espaço. A palavra tem poder, mas não a minha. Com quase onze anos de existência, o Coluna Livre possui três seguidores, uma meia dúzia de comentários e arrecadou a exorbitante e hiperbólica quantia de 0,24 centavos de dólar em anúncios. Dinheiro esse que pretendo sacar e finalmente usufruir dos benefícios de ser um escritor falido. Quem sabe um Trident de menta? Ou um Dadinho (não o “Zé Pequeno”, mas aquele de comer mesmo). Não que o “Zé Pequeno” não seja, para alguns.

Não devemos confundir cocô de tartaruga com dedo na verruga. Idiossincrasia com índio sem casinha. Míssil da Coréia com Sífilis e Gonorréia. Cama de defunto com lanche de presunto. Marcelinho Carioca com Judas Iscariotes.  O enredo da vida já é repleto de complicações, enganos, contrariedades, confusões e aborrecimentos. Se a gente não galhofar um pouco dela, que graça tem?

Rir é uma tarefa difícil nos dias de hoje. Rir das próprias desgraças, ainda que com uma pontinha de acidez, uma arte. Não sei se é o melhor remédio (pergunte ao vovô impotente se ele prefere um comprimidinho azul na “hora H” ou receber “uma dose” de cócegas o dia inteiro), mas pode ser um artifício sedativo quando as coisas não vão muito bem. Este modesto e despretensioso blog é só um lugar onde consigo expressar minhas ideias, experiências, frustrações e opiniões. São os tentames da minha vida. As contemplações daquilo que me cerca. As observações de um desajustado. As reflexões de um tolo.

Como diria o sábio poeta Mussum, grande Mumu da Mangueira, “...todo mundo vê o porris que eu tomis, mas ninguém vê os tombis que eu levis...”. Assim, transformo em palavras o que penso. O que vivo. Inclusive os “tombis”, que são quase sempre colossais e homéricos. Vamos então rir deles, sem julgamentos, sem cobranças ou obrigações. Sem censura! Deixem um fracassado ser feliz, ainda que só por algumas linhas (olha a Teoria do Sucesso Reverso aí). Agora chegou a hora de me pirulitar daqui, cacildis!!!

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