sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Congo esquecido

Centenas são mortos todos os dias a golpes de facões, flechas, paus e pedras!
Por Jotha Santos
Estava olhando a data da minha última postagem aqui no conceituado (não é pra rir) “Coluna Livre” e até eu me espantei: 08 de julho de 2014! Isso é o que eu chamo de preguiça de escrever, nível profissional. Tenho certeza de que os inúmeros leitores espalhados pelo mundo (isso aqui é nível mundial) estão felizes com a minha ressurreição. Prometo não abandoná-los mais por tanto tempo, mãe, pai, irmão e mais dois amigos... ...ôpa! Espera aí! Nem meu pai me lê...

Hoje eu estava navegando pelos principais portais de notícias do Brasil e do mundo e, claro, as principais manchetes eram sobre o atentado em Barcelona. Um maluco qualquer pegou uma van e saiu atropelando um monte de gente que estava em um tradicional “calçadão” da cidade. Quatorze mortes e dezenas de feridos. Mas não é sobre o atentado em si que eu quero refletir. Nem sobre Barcelona e muito menos sobre a Espanha. Até porque a imprensa mundial (mais séria e importante do que eu) já o fez e continuará fazendo por dias e dias.

Eu quero mesmo é falar sobre o Congo. Mais precisamente sobre a República Democrática do Congo. E sabe por que? Por que ninguém o faz. Aquele enorme país africano padece. Guerras civis intermináveis, fome, miséria, cólera, catástrofes naturais e não naturais, enfim, a lista de tribulações no Congo é tão dantesca que o próprio Dante (o Alighieri) colocaria outro adjetivo muito pior. 

Um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) revela que, apenas entre março e junho deste ano (sim, de 2017), mais de 250 pessoas, entre as quais, 62 crianças foram vítimas de execuções selvagens no Kasai, centro da República Democrática do Congo. Entre as 62 crianças executadas por agentes do Estado, milícias ou rebeldes, 30 delas tinham menos de oito anos de idade. Seis milhões de pessoas já morreram nas violentas guerras que surgiram nos últimos anos naquele país. Isso mesmo. Você não leu errado. São seis milhões de pessoas até o momento e este número só aumenta. 

Outras sete milhões de pessoas passam fome por escassez de alimentos neste exato momento. Enquanto eu escrevo, enquanto você lê, enquanto a imprensa inunda as páginas dos jornais, sites informativos e o escambau com a notícia de mais um atentado na Europa. Segundo alerta da ONU, o número de pessoas que enfrentam a fome aguda no Congo subiu 30% em relação ao ano de 2016. Ainda segundo relatório das Nações Unidas, pelo menos 43% das crianças congolesas menores de cinco anos enfrentam um estado de desnutrição crônica. 

Uma epidemia de cólera na parte oriental do país, que eclodiu no início do mês passado, já deixou 117 mortos. De acordo com relatório dos Médicos Sem Fronteiras, fatores como a falta de higiene e água potável agravam o surto.

Só nesta quinta-feira (17), a mesma quinta-feira do maluco da van em Barcelona, pelo menos 40 pessoas morreram em um deslizamento de terra no leste da República Democrática do Congo. A notícia mereceu míseras seis linhas no G1, portal de notícias da Globo. No JC Online, outras 10. No UOL, umas 15. Ah..! Mas deslizamento acontece mesmo! É uma catástrofe natural. Não no Congo onde tudo é mais complicado. Além das chuvas, atividades sísmicas e vulcânicas, o que mais mata lá (neste caso) são os deslizamentos causados por minas ilegais onde centenas de jovens e crianças se arriscam em troca de recompensas ridículas. Muitas vezes apenas por um pedaço de pão. O país ainda é muito rico em recursos naturais, como cobalto, cobre, zinco petróleo e ouro, mas o diamante é a jóia da cora. As reservas são as maiores do mundo. Assim, o que os europeus não saquearam após anos e anos de exploração, ficam em disputa entre os incontáveis grupos armados espalhados por aquele país. 

Na última terça-feira, dia 15, mais de 33 mil refugiados congoleses em Angola foram transferidos para uma nova área localizada um pouco mais próxima das bases de apoio da ONU. Tudo isso para tentar melhorar as condições de vida de uma pequena parcela da população que tenta fugir das cruéis atrocidades cometidas por milicianos e grupos rebeldes. Você provavelmente não deve se lembrar de ter visto este ou qualquer dos fatos citados acima no Jornal Nacional, Globo News, Folha de S.Paulo. Até mesmo o assassinato de dois investigadores da ONU em março, na região central do Congo, foi pouco divulgado. Seus corpos foram encontrados em covas rasas duas semanas depois. 

Na República Democrática do Congo, centenas de pessoas como eu e você, como espanhóis, italianos, franceses e americanos são mortas todos os dias a golpes de facões, flechas, paus e pedras. Mulheres são estupradas seguidamente por semanas. Quando imaginam que o tormento está chegando ao fim, ainda são cruelmente mutiladas, ficando então as marcas de um período de agonia que até o diabo gostaria de esquecer. Crianças nascem em meio à fome e a miséria total. Quando conseguem chegar aos oito, nove anos de idade, são obrigadas a lutar com armas nas mãos ou a trabalhar em minas exploratórias. As meninas tornam-se escravas sexuais. A expressão “infância perdida” é um eufemismo para aqueles que jamais souberam o que é ter infância. Dos cerca de 1,3 milhões de refugiados deslocados pelas Nações Unidas no último ano (apenas de Kasai, região central do país), mais da metade são jovens e crianças que foram separados de suas famílias e recrutados por milícias. A imagem da criança soldado na República Democrática do Congo é mais nítida do que em qualquer outro lugar. 

Eu fico triste ao ver o terrorismo crescente na Europa, antes considerada segura. Fico, sim. Mas fico ainda mais triste quando aqueles que, historicamente mais sofrem no mundo, são simplesmente ignorados. É como se algumas regiões do planeta não estivessem mais no mapa. Há um povo esquecido lá fora. Um povo que sofre o terrorismo diário de não ter um pedaço de pão para comer ou um copo d'água para beber. Que sente o horror de atrocidades inimagináveis correndo em suas veias ano após ano. Imagine dormir e acordar todos os dias com uma fome tão intensa e violenta, capaz de fazer o estômago e cada pedaço do seu corpo doer a ponto de você clamar pela morte. Imagine a escuridão de uma aldeia remota, repleta de homens armados e prontos para sequestrar seus filhos, estuprar suas mulheres e destruir suas casas, ou o pouco que resta delas. Imagine ver dezenas de corpos pútridos espalhados pelas ruas, exalando o cheiro da morte como um sinal de que, naquele lugar, nem o próprio Deus se permite mais estar. Imagine ter uma expectativa de vida de apenas 48 anos.

A realidade mundial é muito mais cruel do que aquilo que podemos ver. A história de que todos somos iguais nunca foi tão mentirosa. Um espanhol é mais importante que um congolês. Um italiano é mais importante que um nigeriano. Um francês é mais importante que um queniano. É assim que o mundo é. É assim que a imprensa e os poderosos de uma classe elitista mundial querem que seja. Alguns tentam ajudar. Alguns tentam mudar esta realidade, mas sem apoio, desistem ou deixam o trabalho incompleto. Assim como aqueles que pretendem ajudar, também são ignorados e esquecidos. 

Grupos terroristas como o Estado Islâmico, Hamas, Talibã e IRA ocupam constantemente as manchetes de jornais. Crianças retiradas de forma violenta e cruel de suas famílias, não. Todos sabem o que acontece na Europa, mas ninguém sabe – ou melhor – ninguém quer saber o que acontece no continente africano, onde pessoas exatamente iguais as europeias vivem e também têm sonhos, esperanças, pais, mães, filhos e filhas. Lá também existem pessoas que não podem ser ignoradas. Que merecem dias melhores. Que merecem uma ação ostensiva de autoridades mundiais para que a escalada da miséria, da fome e da violência um dia termine ou seja pelo menos minimizada. No Congo, na Nigéria, Quênia ou Sudão, nas menores e mais remotas regiões do planeta, as pessoas merecem atenção. Merecem visibilidade, compaixão e ajuda. Merecem misericórdia e merecem que alguém olhe por elas. Merecem amor. 

Segundo o relato bíblico, Deus enviou o dilúvio para apagar o mal que o homem havia espalhado pela terra. Faltava amor ao próximo, exatamente como hoje. É conveniente escolher a quem amar. Parece que fizemos nossa escolha. Pagaremos todos por ela.

"Para que o mal vença, basta que o os homens de bem não façam nada".

terça-feira, 8 de julho de 2014

Somos os melhores!

Kahn, aos pés do Fenômeno!
Por Jotha Santos
Foi um grande dia! Trinta de junho de 2002. Na primeira Copa de um novo século eles venceram! Sim, venceram! Nós somos penta! Nossos valentes guerreiros, antes desacreditados e desmotivados mostraram que sabem lutar. Cingidos de uma mística e poderosa armadura verde e amarela eles revelaram ao mundo o que o mundo já sabia, e nós, brasileiros, havíamos esquecido. Somos os melhores!

Disseram que eles – “os outros” – eram mais fortes, mais altos, mais técnicos e até mais bonitos. E nós quase acreditamos. Ao final de tudo, eles caíram. Caíram perante os mais feios, os mais estranhos, com cabelos esquisitos, sim, mas donos de uma arte divina que só os mais iluminados podem expressar... ...expressar em gols, em dribles, em magia.

Como esquecer as lágrimas do guerreiro maior, que superou a tudo e a todos. Que superou a dor, a tristeza, a desconfiança, a incerteza, a solidão. E que como um verdadeiro herói das histórias em quadrinhos, emergiu das trevas de 1998 para brilhar na luz de 2002 e entrar para a história do futebol mundial. Na terra de maremotos, terremotos, furacões e tornados, a noite era dele. Os céus se abriram em esplendor e o Fenômeno surgiu. Um gol de oportunidade, outro de habilidade. Assim ele alcançou a glória. “o guerreiro estava ferido. Morto, jamais”!

Chega até a ser engraçado! Por que temíamos tanto os nossos adversários se tínhamos ao nosso lado, além do Fenômeno, um outro gênio da bola, que em um momento de brilhantismo extremo, nem precisou tocar nela para fazer resplandecer toda sua genialidade?

Por que temíamos se tínhamos a experiência de um guerreiro de nome pequeno, porém de futebol gigante? O único do mundo a estar no campo de batalha final por três vezes... uma atrás da outra! Por que temíamos se tínhamos um rei com um canhão nos pés? E um garoto de sorriso alegre e futebol exuberante? Se tínhamos em nossa área um goleiro com mãos santas chamado Marcos, um guerreiro de nome Roque, outro de nome Lúcio, outro de nome Gilberto Silva e outro de nome Edmilson. Por que temíamos tanto se tínhamos em campo um menino chamado Kleberson e um velho general de pulso firme, que atende carinhosamente pelo apelido de “Felipão”.

Beckhan? Owen? Zidane? Batistuta? Vieri? Quem são? Ou melhor, onde estão? E o tal do Maradona então? Queimou a língua, de novo! O que falar do “imbatível” Oliver Khan, o Wolwerine Tedesco, que de tanto falar, acabou caindo aos pés do Fenômeno de chuteiras prateadas.

Nossa seleção foi além das palavras, além das críticas, além do flagelo. Nossa amarelinha foi a melhor. Foram sete jogos, sete vitórias, dezoito gols. De lambuja, ainda temos o artilheiro da Copa, o melhor jogador e, para completar, também o melhor goleiro. Saímos da Terra do Sol Nascente campeões, ou melhor, cinco vezes campeões. Cinco vezes melhores do que “aqueles” outros. Somos PENTA! A Taça do Mundo é nossa. Com brasileiro, não há quem possa.

A saga da seleção canarinho na Copa do Milênio jamais será esquecida. Jamais será apagada. Por uma questão meramente geográfica, para eles, foi uma grande noite. Para nós, um grande dia! 30 de junho de 2002.


Foto: http://www.redeagreste.com.br/sistema/portal/wp-content/uploads/2014/06/zira2.jpg


domingo, 3 de novembro de 2013

Os Dez Melhores Atores da Atualidade: Repercussão

Por Jotha Santos
Muitos dos meus fiéis leitores (uns quatro) comentaram a lista dos "dez melhores atores da atualidade", segundo o respeitadíssimo blog Coluna Livre (é esse aqui mesmo). Quero, portanto, aproveitar o espaço não só para agradecer, mas para esclarecer alguns pontos levantados e que merecem muito mais do que um simples obrigado.


Sobre Omar Sy
O ator francês apareceu para o mundo no excelente "Intocáveis" (não, não é aquele com o Kevin Costner). Apesar do carisma e do impecável sorriso Colgate, ainda não tem "créditos" para figurar na lista dos "dez mais". Foi o primeiro ator negro da história a receber o prêmio César (o equivalente ao Oscar lá na terra dos perfumes) de melhor ator pela atuação no mesmo "Intocáveis" no papel de Driss, o durão e charmoso "auxiliar de enfermagem" do tetraplégico, excêntrico e multimilionário Philippe (François Cluzet).





Sobre Benedict Cumberbatch
O versátil ator britânico é lembrado pela grande maioria principalmente por seu papel em Star Trek: Into Darkness, na pele do super-vilão John Harrison. Apesar de jovem, tem uma experiência de dar inveja a qualquer um não só nas telonas, mas também no teatro, televisão e rádio. Mandou realmente muito bem na última empreitada de J.J. Abrams e tem um talento indiscutível. Quanto a ser o "novo Batman", como sugeriu um leitor, poderia até ser uma boa ideia, eu concordo, mas isso se Ben Affleck (isso mesmo) não tivesse conseguido a boquinha. Posso morder minha língua mais tarde, mas acho que depois deste recauchutado Cavaleiro das Trevas - ex Demolidor... VIRGE - vamos todos sentir falta de Christian Bale. Quem sabe numa próxima franquia, Cumberbatch não possa se fantasiar de freira também e sair mandando sopapos em tudo quanto é vilão.



Um outro leitor me fez a seguinte pergunta: "Cadê as mina"?

Bem, se meu caríssimo leitor observar bem, o item número dois da postagem anterior explica tudo em poucas palavras. Para não parecer parcial, a equipe do Coluna Livre (só eu mesmo) já está elaborando a lista das dez melhores atrizes da atualidade. Aguarde!




Sobre Jonah Hill
Menino bom. Tem um talento indiscutível, apesar do estereótipo de "ator de comédia". Se parar prá pensar, parece que ele só fez isso mesmo, mas mandou muito bem em "Moneyball" (no Brasil, O Homem que Mudou o Jogo), sendo indicado a vários prêmios, inclusive, se não me engano, ao Oscar (não é o Schmidt) de melhor ator coadjuvante. Tem bons trabalhos também na televisão, além de ser produtor e roteirista. Tem tudo para entrar em breve na seleta lista dos "dez mais" de Coluna Livre. Sobre Bradley Cooper, fiz algumas considerações a seu respeito ao final da postagem abaixo, por isso, amigo leitor, considere-o como "integrante honorário" da prestigiada lista. Ele mesmo, com certeza, está se sentindo honrado pela simples citação neste documento histórico, visto e apreciado em todo o mundo!

Sobre Jeremy Renner (não é o dono das Lojas Renner)
Tem também alguns bons prêmios do cinema empoeirando nas prateleiras da estante de casa. Fez muitos filmes independentes na última década e agora se destaca principalmente por seus papéis em filmes de ação. De "Vingadores", passando por "Legado Bourne" até "João e Maria", o rapaz não é um ciborgue, mas já exterminou muita gente na telona. Se continuar o bom trabalho, vai chegar lá! Sobre Benjamim Whishaw, confesso que a equipe do Coluna Livre ainda não assistiu a nenhum de seus trabalhos, mas já agendamos para muito breve uma sessão com a saga "Cloud Atlas". Sobre Rodrigo Santoro, acho que só falta a ele papéis mais complexos na terra do Tio Sam. Ele precisa e merece aparecer mais. É um excelente ator e, ao lado de Wagner Moura, na opinião deste humilde colunista, um dos melhores do Brasil.


Um abraço a todos e até breve!
Jotha Santos
Diretor Presidente da CCIAANOSI

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Os dez melhores atores da atualidade

Por Jotha Santos
Esta lista poderia causar muita polêmica por alguns motivos:

1°: Só contempla atores de Hollywood.
2°: Apenas homens (por isso, a lista se chama "Os dez melhores ATORES...").
3°: Inclui, em sua maioria, atores jovens.
4°: Considera predominantemente a relevância de seus trabalhos e frequência nas telonas.
5°: Não é baseada no cachê dos participantes.
6°: Valoriza o talento.
7°: Exclui os clichês.
8°: Nela você não encontrará nomes como Sean Connery, Al Pacino, Robert De Niro, Anthony Hopkins e etc. (ver item número 3).
9°: Tom Hanks, Brad Pitt, Will Smith, Denzel Washington, Robert Downey Jr., Morgam Freeman, Johnny Depp, Leonardo DiCaprio, Christian Bale e Edward Norton são excelentes atores, até melhores do que os da lista abaixo, mas já pertencem a uma outra geração e não há espaço para eles em uma lista que pretende ser atual.
10°: Heath Ledger não está nela porque já morreu.

Apesar de tudo, sei que não preciso me preocupar com as polêmicas, afinal ninguém lê essa coluna mesmo, então posso colocar até o Didi Mocó Sorrisal Colesterol Novalgina Mufumo na lista que nenhuma alma vai questionar mesmo. Aí vai:


Ryan Gosling

Talvez o melhor ator em atividade no momento (em minha humilde opinião, claro). Versátil, profundo, carismático e comprometido.

Destaque para as atuações em:
Drive
Only God Forgives


Indicado ao Oscar por seu papel em  Revolutionary Road, tem se destacado no cenário "hollywoodiano" com excelentes atuações, mesmo em papéis menos complexos, que já deixou para trás. É sofisticado, inteligente e carismático.
Destaque para as atuações em:
The Iceman
Take Shelter
Man of Steel


Michael Fassbender

Ator alemão, começou a chamar a atenção dos críticos a partir dos trabalhos em Bastardos Inglórios e X-Man First Class.

Destaque para as atuações em:
Bastardos Inglórios
X-Men First Class
Centurião
Um Método Perigoso



Estudou atuação apenas um ano e mostrou evolução em cada trabalho realizado, chegando a ser indicado para o Oscar pelo papel em 127 Horas.

Destaque para as atuações em:
Spider-Man 1, 2 e 3
127 Horas
Planeta dos Macacos: A Origem
Oz: Mágico e Poderoso



Ator britânico, vencedor de inúmeros prêmios pelo mundo afora, incluindo o Golden Globe e o Emmy Awards pela série Luther. Tem se destacado no cenário americano pelo seu talento e perfeccionismo. 

Destaque para as atuações em:
Ladrões
Motoqueiro Fantasma 2
Pacific Rim


Escocês, começou a atuar em 1995. A partir do trabalho em "O ùltimo Rei da Escócia", chamou a atenção dos críticos para o seu talento.

Destaque para as atuações em:
O Último Rei da Escócia
X-Men: First Class
Trance




Indicado duas vezes ao Globo de Ouro, Gordon-Levitt é um exemplo raro de atores que souberam fazer com competência a transição da TV para as telonas.

Destaque para as atuações em:
50/50
The Dark Knight Rises
Premium Rush
Looper
Lincoln


Fez algumas "porcarias" (quem nunca), mas tem talento e deve se consagrar como uma das grandes estrelas de Hollywood.

Destaque para as atuações em:
Star Trek
Incontrolável
Guerra é Guerra
People Like Us
Star Trek: Into Darkness


Vem melhorando a cada trabalho. Nesse ritmo, vai longe e não precisa mais aceitar tudo quanto é papel que aparece por baixo da sua porta.

Destaque para as atuações em:
Quarteto Fantástico (?)
Puncture
Avengers
The Iceman



É "O CARA" do momento, vencendo inclusive algumas premiações como "Novo Talento Mais Popular" pela Logie Awards, ente outros. Está com tudo, por isso seu bolso agradece e as tietes também.

Destaque para as atuações em:
Thor
Avengers
Rush





Por pura coincidência, temos três "CHRIS(es)" no final da lista. Acho que é um bom nome para a senhora batizar seu filho, vai por mim, porque Jonathas não rendeu nada. 

A relação poderia incluir também o nome de Bradley Cooper, mas como eu tinha que escolher apenas dez e me baseei no momento, o novo "Cara de Pau" Peck ficou de fora, mas poderia facilmente tomar o lugar de alguém aí em cima. Espero que apreciem (digo isso mesmo sabendo que ninguém vai ler só para dar "um ar" de importância).

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Scarpa e o Bentley

Enterrar um Bentley também é um ato nobre
Por Jotha Santos
Para quem assistiu a entrevista de Chiquinho Scarpa para Danillo Gentili no "Agora é Tarde" na semana passada, fica a dúvida se a intenção original do playboy ao enterrar seu Bentley, avaliado em 1 milhão de Dilmas, era mesmo causar alguma reflexão sobre doação de órgãos. O milionário em nenhum momento (NENHUM MESMO), citou que isso faria parte de uma campanha. Disse apenas que enterraria o carro porque este era "seu bem maior" e que, "assim como os faraós", gostaria de ter enterrado seus tesouros. Disse ainda que andaria de Bentley em outra vida e que não deve satisfações a ninguém, por isso faz com suas riquezas aquilo que bem entende. Não havia, inicialmente, nenhuma causa nobre por trás disso tudo. Um ou dois dias após a entrevista e de toda a polêmica gerada nas redes sociais, Scarpa, agora devidamente orientado por seus assessores, lançou a tal "campanha" que deu sentido e trouxe nobreza ao ato insano arquitetado pelo Conde brasileiro. O fato de provavelmente jamais ter pensado nisso no começo da empreitada, no entanto, não invalida a essência do evento realizado em sua mansão, que acabou se tornando interessante e repercutindo positivamente em todo o país graças a algumas cabeças pensantes que demonstraram que, mesmo na loucura de poucos, é possível extrair valiosas lições para muitos.

Abaixo, o link com a entrevista completa, realizada na terça-feira, dia 17/09, três dias antes do evento. Tirem suas conclusões!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Gotas d'água em Belo Monte

Energia eólica? Solar? Não... isso não vai acontecer tão cedo.
Por Jotha Santos
Ironia é um movimento que quer impedir a construção de uma usina hidrelétrica se chamar "Gota d'água". Itaipu sepultou para sempre o Alto das Sete Quedas, um dos mais belos espetáculos da natureza em nosso país. Hoje, temos banho quente, iPads e celulares carregados graças a esse "atentado" contra nosso "patrimônio" natural. Mas vivemos bem e felizes, principalmente quando o ar-condicionado funciona e refresca o calor insuportável do qual também somos culpados. E isso, sem se lembrar das Sete Quedas, das pessoas que moravam em seu entorno e dependiam do turismo lá explorado para a própria sobrevivência.

Precisamos ser menos hipócritas e conviver com a realidade. Energia eólica? Solar? Não... isso não vai acontecer tão cedo. Talvez nunca na proporção que queremos ou precisamos. Não do jeito que está. Mas ainda vamos querer uma água gelada a qualquer momento, uma roupa passada e uma TV ligada em nosso programa favorito. 

No Brasil, culturalmente crescemos assim: primeiro destruímos para depois progredirmos, infelizmente. E um prognóstico nada otimista revela que essa condição não deve mudar. Não nessa ou nas próximas gerações. Nada muda justamente por causa da nossa hipocrisia, pois quando o problema de uma nação bate a nossa porta, apenas "nos expressamos" entupindo as redes sociais de mensagens motivacionais, vídeos e frases impactantes que mais parecem um capítulo de novela. Novela que só acompanhamos graças àquela mesma usina hidroelétrica que destrói nosso patrimônio, nossos lares, nossa natureza. 

Alguém poderá me dizer que estou agindo da mesma forma. Deixo um comentário em uma rede social e pronto. Minha parte está feita. Consciência limpa. 

Não. Eu não fiz a minha parte. Minha consciência não está limpa. Não está, assim como a energia que me permite fazer este comentário não é limpa. Nossas atitudes não são limpas, nossas vidas não estão limpas, nossos governantes, nossas leis, nossos estatutos e nossas experiências não são limpas. O Brasil não está limpo. 

Hidrelétrica, termoelétrica, nuclear, a carvão ou a moinho de vento, não importa. Infelizmente não importa, pois amanhã, o que vamos querer mesmo é um bom banho quente e um refrigerante gelado após um longo dia de trabalho. Trabalho este que permite pagar os impostos. Os mesmos impostos que financiam a construção de usinas, sejam elas a água, radiativas ou destrutivas. Independente do tipo, o mais importante mesmo é que elas impeçam um apagão nacional. Apagão este que nos impedirá de postar mensagens, protestos, vídeos e frases impactantes no Facebook, Twitter, Instagram e tantos outros.

Quem sabe, se nossos celulares não despertarem mais pela manhã por falta de energia, talvez não precisaremos mais trabalhar. Assim, não iremos mais gerar impostos para a construção de novas usinas, evitando então que elas destruam florestas, vidas e belezas naturais. Evitando que elas sepultem a história, que ironicamente, em nosso século, passou a ser escrita por elas e por meio delas. 

Foto: pt.wikipedia.com

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Palavras em Santa Maria

O fogo e a fumaça interrompem o futuro... o sorriso.
Por Jotha Santos
Palavras confortam... mas não agora. Pais procuram seus meninos... um último beijo... um último abraço.

Palavras confortam... mas não agora.
O fogo e a fumaça interrompem o futuro... o sorriso. E por uma mórbida brincadeira do acaso, em um momento de alegria...

Palavras confortam... mas não agora.
Na madrugada, em nossas casas, não sabíamos que o céus de Santa Maria cobriam-se   de cinzas... não imaginávamos que a morte chegara junto às chamas da tragédia...

Palavras confortam... mas não agora.
Um único sinalizador, uma única saída... centenas de vidas. Por Deus! Essa conta não bate! Nada mais faz sentido.

Palavras confortam... mas não agora.
Pais procuram suas crianças em meio ao caos inesperado... em meio a árdua ceifa do destino. Destino traçado sem o nosso entendimento... sem o nosso consentimento.

Palavras confortam... mas não agora.
Uma triste sinfonia de celulares ecoava... mas não havia resposta. Não havia consolo em tantos sons registrados por aqueles que se foram. Sons que marcaram suas vidas, suas alegrias, tristezas, amores, momentos, desejos, sonhos... ruína! O beijo mais que esperado jamais veio. Por ironia do destino, em um inferno chamado “Kiss”.

Palavras confortam... mas não agora.
Enquanto dormíamos, o alvorecer em Santa Maria transformava vidas. Transformava histórias.

Palavras confortam... mas não agora.
A chama foi extinta. A fumaça dissipada. O dia 27 de janeiro, no entanto, não se apagará jamais! Ficam o choro, a dor, o desespero, o sofrimento... as cicatrizes. As paredes se esfriam, mas o calor de uma triste lembrança não será amenizado. Nada mais será como antes...

Palavras consolam... mas não agora.

Que o bálsamo divino traga alívio, descanso e aconchego. E que a névoa da catástrofe não mais se aproxime de nossas crianças. Crianças que só queriam um pouco de diversão.

Palavras consolam... mas não agora.  

Foto: http://br.freepik.com

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A viagem!


E, de repente: Teve um nenê!
Por Jotha Santos...
...em 07/04/1988 - portanto, com 10 anos de idade!
" dois anos atrás", minha colega foi a uma viagem. O pai dela era caminhoneiro e viajava sempre.

Um dia, ele chamou sua mulher, minha colega – que naquele tempo tinha 8 anos – e seu irmãozinho que tinha 6 com sua irmã que tinha 10.

Eles viajaram de caminhão, mas quando estavam no meio da estrada faltou gasolina. Eles tentaram andar, mas era muito longe! A sorte deles é que um amigo do pai da minha colega estava indo para o mesmo lugar que eles.

Como eles não podiam andar o amigo do pai da minha colega emprestou gasolina a ele. Mas quando eles estavam no caminho, a mulher do amigo do pai da minha colega se sentiu mal e de repente: Teve um nenê! Eles pararam numa cidade chamada Caieiras.

Como eles não podiam ir embora, ficaram no caminhão durante quatro dias. Eles iam buscar comida num bar perto de lá. Passados os quatro dias, eles voltaram para Campinas.

Foto: Internet

sábado, 5 de março de 2011

Inocente Carnaval

É uma carne que não dá pra comer. Ou dá?
Por Jotha Santos
- Ô mãe?
- Hum!
- Hoje é Carnaval?
- É.
- Legal...
- Mãe?
- Fala.
- Por que Carnaval chama CAR-NA-VAL?!
- Ah, filha, sei lá!
- No Carnaval tem carne?
- Não, minha filha!
- Então por que tem esse nome?
- É porque é a festa da carne!
- Foi o que eu disse, mãe!
- É, filha, mas não é essa carne que você está pensando!
- Que carne que é então?
- Um outro tipo de carne!
- De porco?
- Não, filha. É uma carne que não dá pra comer!
- Como assim?
- Filha, você é muito nova pra entender!
- É carne só pra adultos?
- Isso, filha. Isso mesmo!
- Entendi...
- ...

- Ô mãe?
- Hum...
- Se no carnaval só tem carne pra adulto, o quié que eu vou comer?
- Ah, filha, você pode comer o que quiser.
- Até carne?
- Claro!
- Mas você não disse que no Carnaval só tem carne pra adultos?
- Eu disse, filha, mas... vamos mudar de assunto?
- Tá bom.
- ...
- ...

- Ô mãe?
- O que foi!?
- Qual é o próximo feriado?
- É a Semana Santa, filha.
- Ah! Já sei. É aquela semana que não se come carne?
- Isso mesmo!
- ...
- ...

- Ô mãe?
- Fala!
- Se no Carnaval só tem carne pra adulto...
- Sei...
- E na Semana Santa eu também não posso comer carne...
- Hum...!
- Por que o papai sempre leva a gente pra churrascaria?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

You are the Last Dragon You possess the power of the Glow

Quem é o mestre?
Por Jotha Santos
Se você viveu sua infância e adolescência durante os anos 80, ao ler o título dessa postagem, provavelmente irá se lembrar de algo. Eu, pelo menos, jamais esqueci. Gostaria de escrever um montão de coisas bacanas sobre o assunto agora, mas estou com uma preguiça danada, por isso, vamos direto ao assunto:

Bruce Leroy está de volta! Isso mesmo. A Columbia Pictures está preparando um remake para o clássico dos clássicos dos filmes de luta dos anos 80, “O Último Dragão” (The Last Dragon – 1985). A saga do mestre das artes marciais pelas ruas de Nova York na tentativa de encontrar “o caminho”, a “aura”, o “Glow”, terá uma nova versão adaptada para as telonas. O primeiro esboço do roteiro já está pronto, segundo o co-produtor RZA, bem como o ator que interpretará o indefectível vilão Sho´Nuff: Samuel L. Jackson ficará encarregado de dar nova vida ao Shogun do Harlem, interpretado originalmente por Julius Carry, que para tristeza dos fãs, faleceu em agosto do ano passado em decorrência de um câncer no pâncreas.

O nome do ator que interpretará Bruce Leroy ainda não foi escolhido, mas ainda segundo os produtores, as filmagens começam este ano, com estréia prevista para o inicio de 2010. Rihanna, aquela da música do guarda-chuva, poderá interpretar a cantora e apresentadora Laura Charles, que faz o par romântico da aventura junto com Leroy (e o irmão mais novo dele, é claro, que é quem realmente demonstra sua paixão pela estrela desde o inicio do filme).

O Último Dragão, apesar de sua simplicidade, dos clichês, das roupas exageradas e das interpretações que vão do sofrível ao espetacular em poucos segundos, alcançou o titulo de Cult justamente por sua empatia com o público, por sua capacidade de alcançar e trazer para dentro do filme qualquer um que o assista, sem muito esforço, independente de preferências e gostos. Eu mesmo, já assisti umas vinte vezes. É impossível começar a assistir e não chegar até o fim, uma característica interessante de muitos filmes dos anos 80 e 90, e que foi perdida nas películas atuais.

Vale lembrar também de sua excelente trilha sonora, produzida pelo pessoal da Motown (assim como todo filme) e que ajudou a preservar na memória e nas videotecas dos fanáticos por artes marciais com mais de 30 anos a epopéia de Bruce Leroy. Agora é esperar e torcer para que a turma da Columbia faça algo tão bacana quanto o primeiro filme.

Em tempo: Will Smith poderá produzir em breve a refilmagem de “Karate Kid”. É verdade, isso não é piada. Will desconversou no começo, mas agora parece ter revelado de vez a vontade de trazer Daniel Larusso e Sr. Miyagi de volta ao mundo dos vivos. E tem mais: Ele quer que o próprio filho atue no papel do garoto que aprende karate lavando carros e pintando cerca. Do jeito que a coisa vai, quem sabe não vejamos num futuro próximo o remake de “Retroceder Nunca, Render-se Jamais”, outro clássico daquele tempo bom, que como dizia Thaide, não volta nunca mais! Quem viver, verá!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Os Sentidos do Natal: Epílogo

É. Eu vi... Bell UH1 Huey Iroquois!
Por Jotha Santos
Antes tarde do que nunca! Eu sei que o Natal já passou, mas como os seus sentidos são eternos, aí vai o último, restante, derradeiro e definitivo capitulo da saga Os Sentidos do Natal, até que alguém resolva escrever alguma coisa melhor sobre o assunto, sem necessitar de muito esforço. Desejo a vocês, meus inúmeros seis leitores, um bom ano novo e que 2008 continue sempre novo, ainda que você pareça estar mais velho!

A audição também exerce papel fundamental durante o Natal, principalmente na hora de descobrir os presentes colocados ao pé da árvore, provavelmente enfeitada com as mesmas bolinhas produzidas em larga escala por prisioneiros tailandeses e que foram reprovadas em todos os controles de qualidade, inclusive o seu, dentro da loja. Quando chega meia-noite, todo mundo corre pra pegar o seu presente, e aí aquele cunhado mala diz:

- Esse é o meu! Esse é o meu!

Aí, com aquela mão toda engordurada após comer uns vinte croquetes antes da ceia, o parente da sua esposa (que não é seu, mas pensa que é) dá uma chacoalhada daquelas na caixa e depois questiona:

- Qué isso?
- É de vidro?
- É. Pode abrir!
- Putz!
- Que foi!
- Acho que quebrou!

Já perto da meia-noite, tem sempre aquele outro parente (geralmente um cunhado mesmo) que acredita que no Natal, o milagre da entonação vocal e da afinação perfeita acontece especialmente com ele. Após umas e outras, ele se sente mais preparado que Roberto Carlos em dia de especial da Globo para soltar a voz e mostrar seu grande talento. É de doer! Só a esposa (dele) acha graça. Mas só até certo ponto. O pior é que quando ele se cansa, alguém (provavelmente outro cunhado) vai lá no aparelho de som e coloca aquele CD da Simone que você já sabe bem qual é. O martírio não acaba nunca!

Em alguns momentos, porém, a audição pode nos confundir. E é aí que a visão exerce seu papel igualmente importante na hora de descobrir outros mistérios do Natal e seus pormenores.

- Ô Papai Noel?
- Diga, minha filha!
- Essa sua risada é de Papai Noel mesmo?
- Claro, querida!
- Não parece! Ri de novo?!
- Ho! Ho! Ho!
- É. Não parece mesmo!
- É que Papai Noel está um pouco cansado, minha filha!
- Sei.
- Eu vi o Marlboro na sua mochila!
- E as renas? Cadê?
- Renas?
- É. Você não veio de rena?
- Claro, claro...
- E cadê?
- Você me leva pra ver?
- Não vai dar!
- Ué! Por que?
- ESCUTA AQUI, MENINA!
- Credo, Papai Noel! O que foi?
- Já me enchi desse papo!
- Não escutou o barulho lá fora quando cheguei!
- É. Escutei.
- E você acha que rena faz aquele barulho todo?
- Acho que não!
- Pois é. Dá uma olhada pela janela!
- EU CHEGUEI DE HELICÓPTERO!
- É. Eu vi... Bell UH1 Huey Iroquois!
- Humpf!
- ...
- ...
- Mas, ô Papai Noel?
- Fala logo! O que é que você quer?
- Eu só tenho mais uma dúvida!
- Tudo bem... Qual é?
- Você mora no Vietnã?


Foto: www.aviationphoto.co.uk

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Os Sentidos do Natal: Parte II

É tipo uma galinha. Só que bem maior!
Por Jotha Santos
Após receber muitos pedidos por e-mail (uns quatro), e também pessoalmente (uns dois), a equipe do Coluna Livre (no caso, só eu mesmo) dá continuidade à série Os Sentidos do Natal. Até o dia 25 de dezembro – não necessariamente desse ano – você poderá compreender (ou não), de forma inutilmente analítica, do que o Natal realmente é feito.

Depois do importante tato (veja abaixo. Abaixo, mas no outro texto), analisaremos, de maneira profundamente superficial, o olfato e o paladar. Embora sejam sentidos diferentes, estão essencialmente fadados a dividir as atenções. Não adianta. Primeiro você cheira, depois come. Muita gente até faz o contrário, mas quase sempre acaba se dando mal. Quem é que nunca abriu a geladeira, pegou a primeira garrafinha que viu pela frente, deu aquela golada bem servida e só depois percebeu que o leite já havia virado queijo. É por isso que não dá para separar os dois. Cheirar e comer fazem parte da nossa história. E também fazem bem à saúde.

Com cerca de 5 milhões de células olfativas e capaz de identificar mais de 4 mil cheiros diferentes, nosso nariz nos revela algumas coisas interessantes sobre o Natal. Um dos grandes sinais quase sempre vem logo pelas manhãs do último mês do ano. O cheiro de açúcar e canela não deixa dúvidas: Tem rabanada! Aquele pãozinho amanhecido mergulhado em leite e ovos faz a alegria da criançada (e da velhacada sem dente também), porém, alguns questionamentos ainda habitam o consciente coletivo individual das maiores cabeças pensantes do nosso universo cósmico natalino.

- Ô mãe?
- Diga, minha filha!
- Por que essa comida chama rabanada?
- Não sei. É só um nome!
- É feita de rabo?
- Claro que não. Imagina!
- Tem rabo dentro?
- NÃO, né! É feita de pão!
- Ahh...
- Ô mãe?
- Hum!
- Pão tem rabo?

Além do nome, o prato típico de fim-de-ano ainda traz outra questão não esclarecida:

- Ô mãe?
- O que é, menina!
- Como se faz rabanada?
- Bom, primeiro você pega o pão amanhecido...
- Peraí! Amanhecido?
- É, filha...
- Como assim?
- Amanhecido! De um dia para o outro! Entende?
- Ah, bom!
- Então você passa no leite, no ovo e frita.
- Legal.
- Mas... ô mãe?
- FALA!
- Pão dorme?

Assim que o paladar entra em ação, mais alguns quase mistérios são desvendados. O Natal passa então a ser mais bem compreendido. As 10 mil papilas gustativas da língua, que transformam o sabor em impulsos elétricos que dizem ao cérebro se a comida é boa ou não, auxiliam nossa percepção do mundo de São Nicolau e suas nuances, filosoficamente falando, claro. As incertezas, no entanto são inevitáveis. O complexo sistema da mais festiva das datas é assim, digamos, muito complexo, redundantemente falando.

- Ô mãe?
- Oi.
- Quiquié Chester?
- Chester é uma ave, minha filha!
- Ave que voa?
- Não sei. Acho que não!
- Como assim?
- É tipo uma galinha. Só que bem maior!
- Ahh...
- Você já viu um?
- Eu não!
- Então como é que você sabe?
- Sabe o quê?
- Que ele não voa?
- Ah! Sei lá... ...sabendo!
- Me dá um pedaço?
- Tó!
- Gostoso né?
- É.
- Mas não tem gosto de galinha. É melhor.
- É.
- Parece frango.
- É.
- Mas é melhor.
- Verdade! Acho que é um frango superdesenvolvido.
- Como assim?
- Ah! É um frango saradão, mais forte!
- Humm...
- Mas, ô mãe?
- Quié?
- Frango vai na academia?
- LÓGICO QUE NÃO, NÉ!
- Então como é que ele fica mais forte?
- Sei lá! Acho que o pessoal dá um remédio pra ele tomar?
- Remédio?
- É. Pra ele crescer mais que os outros!
- Humm...
- Mas, ô mãe?
- FALA!
- Chester toma bomba?
- NÃO!!!!
- Mas então como é que...
- CHEGA! CHEGA DESSE ASSUNTO!
- O que foi?
- Chester é Chester e pronto!
- Tá bom, tá bom...! Não precisa ficar brava!
- Não tô brava!
- Então tá...
- Mas, ô mãe?
- Humpf! O que é!?
- Chester é uma ave que chama Chester, né?
- É.
- E Chester não é frango nem galinha, né?
- É.
- Se Chester é uma ave que não é frango nem galinha...?
- FALA LOGO!!
- Será que Chester tem rabo?


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