segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Uma campanha histórica. Nossa, e de graça!

Manifestação com gente civilizada é bobagem
Por Jotha Santos
O que vimos ontem por todo o país foi, provavelmente, a maior manifestação popular da história do Brasil. E não só uma manifestação, mas uma imensa e excepcional campanha para um presidenciável. E tudo de graça! Alguns, vejam só, até “lucraram”. Quando é que presenciamos a venda de camisetas, bonés, broches, bandeiras e uma infinidade de outros objetos com o rosto de um político estampado? O que antes era distribuído (e ninguém queria), agora vale ouro. Vale um ideal.

Apesar do desejo de alguns, não houve baderna e nem discórdia. Nada de pessoas nuas fazendo suas necessidades e muito menos enfiando crucifixos em lugares “secretos”. Nenhum quebra-quebra, nenhum saque, nenhuma suástica labiríntica, nenhum gás lacrimogêneo ou balas de borracha. Milhões de pessoas caminharam pelas ruas simplesmente para provar que o Brasil pede mudança. A “grande” imprensa quase não deu importância. Sem anarquia e contra os seus caprichos políticos, não vale. Não é notícia. Manifestação com gente civilizada é bobagem!

A história dos acontecimentos do dia 21 de outubro de 2018 será contada por nós, o povo. A “ilustre” imprensa nacional (e até a internacional), salvo pequenas exceções, não irá colaborar com os verdadeiros registros, com os fatos. É papel dela, mas não dessa vez. Quem sabe, uma coisa ou outra sobre um certo vídeo pinçado em tom editorial oportunista, mas nada além disso. Por sorte, a tecnologia das duas últimas décadas nos deu uma voz, antes distorcida pelos interesses daqueles que controlavam os meios.

A narrativa dos eventos de domingo fica por nossa conta. O registro é nosso. As fotos, os vídeos, os depoimentos, os tuítes e os zaps são nossos, ainda que alguns queiram censurar. Ainda que alguns digam que isso não é democrático. Não vão conseguir. Somos mais, pois nós somos a própria história, a verdade e o desejo de transformação.


sábado, 20 de outubro de 2018

Folha de S.Paulo: Sobreviver a qualquer custo

A verdade é um mero detalhe
Por Jotha Santos
A Folha de S.Paulo já vem sofrendo há alguns anos com a queda em sua tiragem e isso não é novidade. Outros grandes periódicos passam pela mesma situação. Muitos estão se reinventado na era da comunicação digital, onde o jornalismo independente e de boa qualidade ganha espaço.

O problema é que em seus esforços de sobrevivência, a Folha agarra-se desesperadamente ao factoide e aponta sua metralhadora de suposições e mentiras para o candidato Jair Bolsonaro e seus apoiadores. A aflição do diário é patente. O líder nas pesquisas para a sucessão presidencial já declarou inúmeras vezes que os recursos públicos para órgãos de impressa (entre outros) serão devidamente reavaliados. A fonte para aqueles que praticam o mau jornalismo, parcial e de interesses ilícitos deve secar.

Temos observado o fim agonizante do Grupo Abril. Já há algum tempo abandonou sua ideologia de “órgão soberano” e adotou uma postura subserviente aos interesses do Governo para ganhar sobrevida. A Folha caminha no mesmo sentido. Praticando este tipo de jornalismo sujo e desonesto, estará em breve à beira do precipício, de mãos dadas com a Abril e outros “grandes”.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Índia e WhatsApp: O problema é outro!


Preocupado, WhatsApp alerta população indiana pelos jornais
Por Jotha Santos
Quando Pablo Ortellado, colunista da Folha de S.Paulo e professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da EACH-USP, exigiu que o WhatsApp implementasse medidas para “evitar a disseminação de fake news” no segundo turno das eleições no Brasil, ele traçou um paralelo com uma situação semelhante de propagação de notícias falsas pelo aplicativo na Índia. Não me pareceu uma analogia justa.
Vamos aos fatos:

1) A comparação com o que a aconteceu na Índia é, no mínimo, inadequada. Lá, ao menos 20 pessoas foram mortas em função de notícias falsas sobre supostos sequestradores de crianças, ladrões e predadores sexuais. Os rumores levaram à brutais ataques de inocentes pelas ruas daquele país.

2) Possíveis crimes dessa natureza, envolvendo crianças, prontamente despertam o instinto de proteção de qualquer pessoa de bem e, antes da verificação da verdade ou não do que foi relatado, a primeira reação é “atacar” para defender os seus, nem sempre de forma civilizada e racional.

3) A Polícia indiana relatou dificuldades em convencer as pessoas de que as notícias eram falsas. A situação saiu de controle. O pânico foi maior também porque TVs locais contribuíram com informações igualmente ilegítimas. Aqui, uma semelhança com o Brasil. Os ataques foram relatados em pelo menos 11 estados e deixaram, além dos mortos, dezenas de feridos.

4) Após inúmeros relatos de violência e linchamentos pelo país, o governo (veja bem, O Governo) alertou a empresa Whatsapp de que ela não deveria "se esquivar" ou omitir-se em relação aos acontecimentos. Era imperativa uma conduta que pudesse colaborar com a solução do problema. 

5) A Índia é o maior mercado do Whatsapp, com mais de 200 milhões de usuários. Praticamente o mesmo número de habitantes do Brasil. A empresa mostrou preocupação urgente e tomou as medidas citadas, como o limite de reenvios (cinco), critério que será estendido para o mundo, mas em maior quantidade (vinte). Investiu ainda em publicidade de página inteira nos principais jornais do país para alertar o público sobre a disseminação de “fake news”. 

6) Aqui no Brasil, temos um embate eleitoral. Uma mudança política. Não há notícias de que 5 mil sequestradores e assassinos atravessaram as fronteiras e estão nas ruas atrás dos nossos filhos (a divulgada pelas TVs locais). O frenesi aqui está relacionado à "paixão política" e defesa de valores, ideologias e conceitos, verdadeiros ou não. 

7) Aqui, tivemos brigas de bar, jovens praticando automutilação, pichadores do "elenão", suásticas mal-ajambradas e memes. A violência é triste e desprezível, mas não há comparação com o que aconteceu na Índia. O problema tupiniquim é outro. É o desespero da esquerda diante de sua iminente derrota. 

8) Não vejo o Whatsapp compactuando com o cerceamento de informações e comunicações interpessoais (a essência do aplicativo), simplesmente porque um partido ou grupos de esquerda, repletos de interesses duvidosos, usuários habituais e maiores disseminadores históricos das chamadas "fake news", desejam que isso aconteça. Não vai rolar! 

9) Faltam provas, evidências. Neste caso, há apenas uma matéria vaga e obscura, repleta de suposições da Folha de S.Paulo e a opinião de um colunista do mesmo jornal. Isso não basta para que uma empresa internacional, e que custou 16 bilhões de dólares aos bolsos do criador do Facebook, adote qualquer tipo de censura ou “medida de proteção”. Proteger a quem? O PT? Até onde sabemos, os tentáculos de Lula e seu partido ainda não chegaram ao Vale do Silício. Alerta de página inteira para a população brasileira? Talvez na própria Folha, pago por ela mesma. 

10) Solicitar restrições no aplicativo apenas porque o Partido dos Trabalhadores se sentiu "atacado em sua honra" (se é que ela existe) em mensagens enviadas por titias, vovós e cunhados malas não é algo que possa ser levado à sério. Isso não deixará os executivos do Whatspp "horrorizados". Na Índia, o assunto é muito diferente e muito mais grave. Lá, o país não está em campanha eleitoral, mas em campanha pela vida e pela eliminação de informações que a ela ameacem. 

11) Obs. Não há porque entrar no mérito da questão sobre "empresas bancando campanha contra o PT no Whatsapp" em favor do candidato Jair Bolsonaro, uma vez que não existem provas quanto a isso. O que existe, sim, são milhões de pessoas divulgando mensagens, noticias, opiniões, críticas e ideias, assim como uma verdadeira democracia deve ser. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Da Coluna ao Pasmatório, mas sem adornos!

"Vai ali falar de uma anedota da semana, de um contrabando, de uma calúnia..."

Por Jotha Santos
O Coluna Livre mudou. Na verdade, morreu mesmo. Já que neste humilde e infrutífero espaço eu sou DEUS, de uma hora para outra me deu vontade de acabar com ele assim como o Pai detonou Sodoma e Gomorra. Aos meus milhares de quatro leitores, peço que não se preocupem. A mudança está apenas no nome. O conteúdo parco, superficial, modesto e diminuto deste portentoso blog permanece inalterado. Aqui, a desimportância e o insignificante serão sempre os alicerces das digressões volúveis e desnecessárias.

Eu poderia dizer que fiz essa mudança com base em profundas análises semânticas do nosso glorioso vernáculo, bem como sua aplicação em estratagemas neurolinguísticas e ampla sagacidade intelectual com o apoio de várias xícaras de café barato, mas não. Não foi nada disso, com exceção do café, que é barato mesmo, portanto sem qualquer influência no propósito de potencializar o meu discurso. “O Pasmatório” é simplesmente um título que vem de encontro àquilo que o falecido Coluna Livre sempre foi: dispensável, sem propósito, impopular, ermo e devoluto.  Um lugar lapidado para abrigar a mais perfeita inópia mental.

Talvez, ainda explorando os pormenores da TSR (Teoria do Sucesso Reverso), “O Pasmatório” poderá trazer um novo fôlego a este esfalfado sítio eletrônico, já que um novo nome, muitas vezes, representa também uma nova atitude diante das circunstâncias. Algo como aquilo que pessoas ocupadas fazem quando chega o final de semana. Elas sorriem. Quem sabe eu me anime a produzir mais conteúdos improdutivos diante de uma nova efígie literária, ainda que o conceito permaneça imaculado.

Do fracasso, não espero outra coisa senão que ele continue me acompanhando nessa pasmaceira toda, afinal, sem ele, todas as coisas seriam diferentes e nada do que foi feito se fez. Assim, saúdo as “figuras expressivas, sentenças latinas, ditos históricos, versos célebres, brocardos jurídicos, máximas, discursos de sobremesa e graças vetustas. As frases feitas, as locuções convencionais, as fórmulas consagradas pelos anos”. Vamos continuar divagando sobre cultura inútil, assuntos aleatórios, ocasionais, esparsos e sem importância. “Do corte de um colete, das dimensões de um chapéu, do ranger ou calar das botas novas”. Da mosca de banheiro ou a dinâmica de uma garrafa de Coca-Cola numa tribo de bosquímanos da Namíbia, discorramos sobre a vida, mas sem adornar muito o estilo, pois não quero obrigá-los a um esforço desnecessário, apesar da denominação deste lugarejo binário.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Nunca será!

Nunca... jamais!
Por Jotha Santos
Capitão Nascimento já dizia: “Nunca serão... jamais serão”. Assim é o Neymar. Chegaram a dizer que “o plano de carreira para ele era ocupar a cadeira de ídolo nacional deixada por Ayrton Senna”. Nunca será! Hoje, o “menino Ney” é motivo de chacota em todo o mundo. E a culpa é só dele. Talvez o fato de ser o eterno “menino” nos faça entender tudo. Meninos choram por qualquer coisa, reclamam por qualquer coisa, fazem birra, ficam “de mal” e se aborrecem quando questionados. Eles não sabem lidar com as “coisas de adultos”. E isso é natural, afinal, são apenas meninos.

Meninos se dão bem no mundo dos meninos. Neymar brilhou nas Olimpíadas. Ajudou a seleção a trazer uma medalha inédita para o país. Foi legal! Mas jogou contra outros meninos. Provou que não pertencia mais àquele mundo. Estava na hora de ter a sua segunda chance entre os adultos, e teve. Infelizmente, foi ainda mais imaturo. Não deixou as coisas de menino. Chorou, brigou, esperneou, xingou...

Ídolos se sacrificam. Até brigam e choram, é verdade, mas jamais se esquecem da verdadeira missão. Destemperado, infantil, simulador, imprudente e irresponsável. Este é Neymar. E os ídolos não são assim. Fico imaginando aqui aquela corrida em Interlagos, em 1991, quando Senna chegou às ultimas voltas apenas com a sexta marcha e venceu. Ele sabia o quanto teria que lutar, se sacrificar. Teria que lutar contra o os outros pilotos, contra o próprio carro e contra si mesmo. Ir além da sua capacidade física e mental. Perseverante até o fim, recebeu sua recompensa e nos brindou com mais uma bela página de sua magnífica carreira que tanto nos orgulha até hoje. Ele fazia por ele, sim, mas também por todos nós. Este é o legado de um verdadeiro ídolo.

Neymar faz propaganda de cerveja, de barbeador, de carro, de cueca, relógios horrorosos e fast food. De café, enxaguante bucal, bateria, telefonia e televisor. De avião, Tele-Sena e vitaminas do amigo Sidney. De shampoo, guaraná, meias e óculos de grife. Neymar gosta de farra, de festa, folgança e patuscada. De exibir namorada bonita, carros de luxo, mansões e iates.  De Instagram, Facebook e Twitter. De vez em quando gosta de jogar bola. E como joga! Um dos melhores da atualidade. E é apenas isso que queríamos. Que Neymar jogasse seu futebol com a “amarelinha”. Por que não o faz?

Neymar é um homem. É adulto. É pai. Possui uma conta bancária de adulto, vende uma imagem de adulto, faz coisas de adulto, mas se comporta como menino. Seu staff ou “os parças” não ajudam. O preferem assim. Mimado, mal criado, esbanjador, pimpão e farofento. Assim é mais fácil aproveitar os benefícios de ser “amigo” do Ney. No meio do caminho, o próprio se esquece das esperanças que depositamos nele. Essa é a nossa parcela de culpa em tudo isso. Neymar não dá a mínima pra gente. Ele gosta mesmo é de ganhar dinheiro, de pintar cabelo e tomar sol em lugares paradisíacos. De caviar, champanhe e camarão. Nós não pertencemos ao mundo dele.

O “sábio” técnico Wanderley Luxemburgo disse bem: “Não é difícil ser Neymar. Ser Neymar é fácil. Difícil é ser Pedro, João e Maria”. Difícil é ser eu e você. Vamos nos importar com quem se importa com a gente. Vamos deixar o “menino” pra lá. Nós não comemos caviar nem bebemos champanhe. Muitas vezes, nem comemos. Não fazemos propagandas milionárias e não temos namoradas maravilhosas. Não temos salários astronômicos ou bonificações infinitas.  Não temos staff, empresários ou “parças”.  Difícil é ser brasileiro. Difícil é ser ídolo de uma nação. Ser Neymar é moleza. Ser lembrado pelo “cai-cai” e pelas simulações, virando motivo de piada e achincalhamento em todo o mundo? Bobagem! Podem rir! Eu sou O Neymar e não preciso de ninguém.  A vida de luxo e abastança está garantida e ela me basta. Como diria o proeminente político Justo Veríssimo, “o povo que se exploda”!

Quem quer ser ídolo? Dá muito trabalho. Coisa chata! Tem que dar entrevistas nas derrotas. Tem que explicar os erros. Tem que sorrir para as câmeras mesmo quando as coisas não vão bem. Tem que pilotar um carro quebrado até a linha de chegada. Tem que sofrer, suar, machucar, tolerar, resistir, suportar e aceitar. Tem que levar esperança e elevar o nome de uma nação. E este não é papel de Neymar. Isso já ficou claro.

Vamos esquecer o menino e esperar pelo homem. Neymar terá mais uma chance em 2022, se assim a merecer. Não estou confiante. Pelo futebol, merece. Mas como é costumeiro falar nos dias de hoje, “não é só futebol”. E nunca é mesmo. Nas manhãs de domingo, não era apenas uma corrida. Era muito mais. Era fazer algo mais. Era dar um pouco mais de si. Era se colocar no lugar do outro. No caso, no lugar de um país inteiro. Era alcançar por nós aquilo que nós mesmos não poderíamos. Era fazer valer a fé uma vez depositada. Era deixar de lado as coisas de menino. Por essas e outras, Ayrton Senna será sempre lembrado como herói, ídolo, brasileiro. Já Neymar, bem... sua história ainda não terminou, mas não sei porque a frase do Capitão Nascimento não me sai da cabeça. 




terça-feira, 26 de junho de 2018

Opinião: Rota de Fuga 2

Olha esse pôster! Sacanagem!
Por Jotha Santos
Sempre achei que atores como Nicolas Cage e Bruce Willis estivessem devendo favores a alguém, haja vista o grande número de filmes medíocres em que atuam de igual modo, muitas vezes em aparições relâmpago e até desnecessárias. Mas com os dois, nós já nos acostumamos. Agora Stallone também entrou nessa? Após o sucesso de "Rota de Fuga" (2013), não era exatamente isso que esperávamos de uma sequência com o "rei dos filmes de ação" do século XX. Chega a ser triste, principalmente para os fãs, sempre ansiosos por seus sopapos e frases de efeito que ecoam por gerações - vide "Cobra".

A "volta" de Ray Breslin, o mega especialista em fugas é lamentável. O filme, na verdade, não passa de um "apanhado" de péssimos atores (orientais e ocidentais) pegando carona numa franquia promissora, mas que tropeça já em sua segunda parte. Em "Rota de Fuga 2", Stallone serve apenas como alavanca e chamariz para que os cinéfilos não hesitem em comprar um ingresso, pois sem ele, acho que jamais o fariam. Chega até a parecer uma estratégia maldosa e proposital de marketing obscuro.

Mas aí, nós temos Dave Bautista, não temos? Não. Não temos. Não espere muita coisa do grandalhão carismático (e vendável) que arrasta uma multidão de fãs com seu formidável Drax em "Guardiões da Galáxia". Parece que está lá também apenas para "dar uma força". Aparece por alguns míseros minutos espalhados pela projeção (que já é rápida), dá alguns tiros, solta uma meia dúzia de frases e só. É isso. Acho até que ele estava de bobeira no set de filmagem de algum outro filme e Stallone o chamou (pela amizade) pra preencher um buraco e, claro, para ajudá-lo a vender esse enorme fiasco, tanto quanto possível.

E o que mais me deixou chateado é que me senti enganado. Do pôster ao trailer, temos "Sly" e Bautista. Que legal! Aí, quando você assiste aos primeiros minutos, ansioso por ver os dois juntos em ação, temos apenas mais um péssimo ator oriental (não sei dizer, mas deve ser mais um que a milionária indústria asiática/chinesa quer nos enfiar goela abaixo) no papel principal, como aprendiz do mestre Breslin, o ninja das fugas. É o Daniel San reverso, colocando em prática os ensinamentos de seu sensei da América enquanto se vê enclausurado em mais uma daquelas prisões "hi-tech" ultra seguras de onde ninguém jamais escapou ou escapará, só que não. A voz do especialista ecoa como um mantra na cabeça do aprendiz durante quase todo a projeção e é assim, com a sua indefectível voz, que Stallone mais "aparece" no filme, ou seja, uma decepção.

Quanto aos demais atores, nem vale comentar nada. Avaliem vocês mesmo. Parecem até que saíram recentemente da escola "Carrossel" de artes cênicas. Sobre 50 Cent, bem, vemos só um pouco mais (bem pouco mesmo, ainda bem) do mesmo. As atuações são pobres. A produção é pobre. Os efeitos especiais, idem. "Rota de Fuga 2" não tem absolutamente nada de bom. Li em algum lugar que Sylvester Stallone já trabalha em mais uma sequência. Espero que ele esteja envolvido de verdade nesse projeto, como protagonista-roteirista-produtor-diretor-marketeiro-maquiador e tudo o mais que envolve a realização de um filme, pois só assim poderá salvar esta franquia do fracasso total após este último e malfadado trabalho.

Foto: https://www.themoviedb.org/movie/440471-escape-plan-2/images/posters

sábado, 10 de fevereiro de 2018

São apenas palavras... apenas palavras!

"Minha vida é um litro abertis..."
Por Jotha Santos
Têm coisas na vida que me deixam irritado, como escrever algo e ser mal interpretado. Assim, meus caros leitores (que na verdade quase não existem, mas eu finjo que tenho centenas de milhares deles), vocês podem até perguntar:

- Mas do que esse cara está falando se ninguém lê o que ele escreve?

Acreditem.  Algumas pessoas leram as bobagens que escrevo e me censuraram com interpretações estapafúrdias, esdrúxulas, tresloucadas e estrambóticas de um de meus humildes textos. Por um lado eu fiquei feliz, claro. Afinal, alguém leu. O problema é que não souberam interpretar e deram uma dimensão apocalíptica para as minhas palavras, condizente com os relatos do apóstolo João em seu livro das revelações e as batalhas do Armagedom. Só que eu não me senti como o anjo Gabriel mandando espadada em demônio de sete cabeças, mas como o próprio Judas, pego de calças curtas com um punhado de moedinhas de prata nas mãos.

Eu não sei como eram os “porões da Ditadura”, mas me senti em um deles por alguns minutos. É. Isso mesmo. Só por uns míseros minutos. Até por isso não vou entrar em muitos detalhes freudianos sobre o “aconticido”, como diria o bom mineiro. Não posso perder preciosas linhas de sabedoria de boteco com esse tipo de situação, uma vez que grande parte do que escrevo (a maioria, por sinal), é pura bobagem. Gosto de usar esse espaço para refletir sobre as banalidades da vida. Coisas simples como a mosca de banheiro, as garrafas de Coca-Cola, os sentidos do Natal e os esbarrões da vida. Tudo bem que, entre uma coisinha ou outra, até tem alguma tralhada interessante ou importante, mas nenhuma das minhas ponderações servem de metralhadora giratória contra o caráter, a honra e a dignidade de ninguém. Pelo contrário. O único esculachado aqui sou eu mesmo. São apenas palavras... apenas palavras!

Embora alguém possa afirmar que sim, não tenho a intenção de usar  mensagens subliminares, indiretas, artimanhas jornalísticas, Teorias da Comunicação (e da conspiração), pretextos, estratagemas ou evasivas para justificar algo. Apesar de ser a personificação do fracasso, isso não significa que tento explicá-lo através de meus textos, até porque, seu eu tentasse, provavelmente fracassaria também. Não coloco a culpa em ninguém, não cobro e não envio recados como o Kim Jong-un quando lança seus mísseis ao espaço. A palavra tem poder, mas não a minha. Com quase onze anos de existência, o Coluna Livre possui três seguidores, uma meia dúzia de comentários e arrecadou a exorbitante e hiperbólica quantia de 0,24 centavos de dólar em anúncios. Dinheiro esse que pretendo sacar e finalmente usufruir dos benefícios de ser um escritor falido. Quem sabe um Trident de menta? Ou um Dadinho (não o “Zé Pequeno”, mas aquele de comer mesmo). Não que o “Zé Pequeno” não seja, para alguns.

Não devemos confundir cocô de tartaruga com dedo na verruga. Idiossincrasia com índio sem casinha. Míssil da Coréia com Sífilis e Gonorréia. Cama de defunto com lanche de presunto. Marcelinho Carioca com Judas Iscariotes.  O enredo da vida já é repleto de complicações, enganos, contrariedades, confusões e aborrecimentos. Se a gente não galhofar um pouco dela, que graça tem?

Rir é uma tarefa difícil nos dias de hoje. Rir das próprias desgraças, ainda que com uma pontinha de acidez, uma arte. Não sei se é o melhor remédio (pergunte ao vovô impotente se ele prefere um comprimidinho azul na “hora H” ou receber “uma dose” de cócegas o dia inteiro), mas pode ser um artifício sedativo quando as coisas não vão muito bem. Este modesto e despretensioso blog é só um lugar onde consigo expressar minhas ideias, experiências, frustrações e opiniões. São os tentames da minha vida. As contemplações daquilo que me cerca. As observações de um desajustado. As reflexões de um tolo.

Como diria o sábio poeta Mussum, grande Mumu da Mangueira, “...todo mundo vê o porris que eu tomis, mas ninguém vê os tombis que eu levis...”. Assim, transformo em palavras o que penso. O que vivo. Inclusive os “tombis”, que são quase sempre colossais e homéricos. Vamos então rir deles, sem julgamentos, sem cobranças ou obrigações. Sem censura! Deixem um fracassado ser feliz, ainda que só por algumas linhas (olha a Teoria do Sucesso Reverso aí). Agora chegou a hora de me pirulitar daqui, cacildis!!!

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Um mané e os esbarrões do amor

Asim deve ser a troca de olhares. Do contrário, desista.
Por Jotha Santos
Outro dia me perguntaram se existe a “tal coisa” de “amor à primeira vista”. Eu não sou nenhum expert nos assuntos pirotécnicos das chamas da paixão, temas amorosos, contos de fada, flamas arrebatadoras e afins. Na verdade, como em todas as outras coisas na vida, eu também sou um completo fracasso no que diz respeito à temática da benquerança. Porém, em respeito aos milhares de quatro seguidores do grandioso “Coluna Livre”, vou refletir por algumas linhas sobre o assunto. Pode servir como um manual teórico daquilo que não se deve fazer em matéria de amor. Ou pode não servir para nada mesmo, o que é mais provável.

Eu mesmo já tive um “lance” assim em um ponto remoto da minha vida. Lembro-me que esbarrei em uma garota uma vez – de leve – e uma súbita paixão irrompeu em meu flácido e aterosclerótico coração. Foi um sentimento estranho, mas muito bom. Acho que pela adrenalina, serotonina e outras “aminas” que causam curto-circuito no nosso corpo nessas horas.  Fiquei pensando nela por dias e dias. A barriga congelou. Naquele momento, ela era a coisa mais linda e perfeita que já havia visto na terra (provavelmente era, acredite). Melhor até que as pirâmides do Egito, whiskey bourbon e os hotéis de Dubai. O problema é que, obviamente, aquele sentimento não foi recíproco. Na verdade, deve ter sido bem o contrário. Ela deve ter imaginado:

- Cara mané! Não olha por onde anda!

Assim, creio que o “amor à primeira vista” até exista, mas para realmente acontecer, tudo o que rege a nossa existência aqui neste portentoso planeta precisa conspirar para que dê certo (um dia refletirei sobre o conceito de “dar certo”, já que entendo tudo sobre o conceito oposto). Júpiter precisa estar na inclinação certa, assim como Vênus e também Plutão, que nem é mais planeta, mas dizem que influencia nas temáticas afetivas aqui na Terra, apesar do seu rebaixamento. E mesmo que essas coisas aconteçam perfeitamente, você também precisa estar em sintonia com toda a cadeia de eventos até o momento em que a sua alma gêmea, sua tampa da panela, seu ponteiro de relógio, seu limão de caipirinha apareça, majestosamente, bem diante dos seus olhos.

Penso aqui com meus botões (um botão só, o da calça) que se eu tivesse feito tudo certinho, não tivesse cometido tantas escorregadelas homéricas e tomado várias decisões natimortas na vida, talvez – e apenas talvez – aquele momento do esbarrão despretensioso poderia ser, finalmente, a conjunção e o ápice das histórias de amor que sonhamos, tipo quando lemos Romeu e Julieta ou assistimos "Titanic". Ao invés dela me achar um bobo desastrado e que não olha por onde anda, iria me ver como o “príncipe encantado” da sua vida, ainda que sem cavalo branco e com cara de Shrek.

Por essas e outras é que muitos não acreditam que este tipo de amor possa existir, afinal, como saber se estamos agindo corretamente e em conformidade com o cosmos (não é a série do Carl Sagan)? Nunca saberemos. Uma dose de sorte, inúmeras coincidências e casualidades também devem estar presentes na formula indecifrável do amor. Uma fórmula ainda mais secreta que a da Coca-Cola, do chocolate suíço e da broa de milho da padaria aqui do lado. No único exemplo da minha vida, um simples esbarrão poderia ser o início de algo mágico, sobrenatural e surpreendente, ainda que não fosse possível entender como. E é por isso que a vida é tão fascinante. Por isso as formulas secretas serão sempre secretas, ainda que alguns tentem desvendá-las.

Não sou um baluarte da paixão e muito menos o guru do arrebatamento amoroso, mas deixo aqui minha dica (falando sério agora): Siga seus instintos e busque fazer a coisa certa, mesmo sem saber exatamente como. O amor, assim como a Coca, o chocolate e a broa têm seus segredos. Cabe a nós apreciá-lo da melhor maneira possível, ainda que a Coca seja Pepsi, o chocolate seja Arcor e a broa seja de milho transgênico. Nada é perfeito (só aquela moça do encontrão. Ela não tinha defeitos).  Acho que aproveitar da melhor maneira aquilo que nos aparece é uma forma de participarmos um pouco das páginas dos livros de Nicholas Sparks, dos contos de Shakespeare ou de algum frame do clássico “Casablanca”.  A vida real é cruel, dura e quase sempre injusta. O amor não é diferente. Tente fazer o seu melhor. Pode ser que o “amor da sua vida” esteja apenas a um esbarrão de distância. Esteja preparado!  O que você cultivou até aquele momento é o que vai defini-lo como um príncipe encantado ou apenas mais um mané desajeitado.  Eu fui o mané. E você? Agora eu vou parar porque estou quase chorando...  

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Palocci e o resumo do governo PT

Por Jotha Santos
Não há muito o que dizer. Apenas pincei alguns trechos da já histórica carta do ex-ministro Antônio Palocci (antes “enaltecido” por seu antigo partido, mas agora um “condenado e mentiroso”) para a atual presidente do PT (ou seria ‘presidenta?), Gleise Hoffmann. Nas palavras abaixo, temos um resumo – e a confirmação – daquilo que já estamos “carecas” de saber: O desgoverno PT foi corrupto e debilitante. A lâmina silenciosa da corrupção mutilou nosso país. E dessa vez, não há prognóstico de regeneração. Como as ruas e vielas do século XIX, a política brasileira não é nada mais do que um “monturo nauseabundo de políticos que fermentam as imundices de todo o gênero”.

Com a palavra, O Palocci:



quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Rodrigo Hilbert, um comediante, eu, minha mãe e a Teoria do Sucesso Reverso

Curvem-se perante a mim, ó mortais!
Por Jotha Santos
Este deveria ser o momento em que eu iria escrever algo sobre a repercussão da última postagem, “As dez melhores atrizes da atualidade”. Pra manter o padrão, sabe? Mas não vai rolar porque não teve repercussão nenhuma. Nenhum comentário, meia dúzia de visualizações (sendo quatro minhas) e só. O que é bom porque, se é pra manter padrões, esta humilde coluna continua com o seu: Ninguém se interessa, ninguém lê e ninguém comenta. Após uns três anos de inatividade, continuo indo muito bem, só que ao contrário. É o que eu chamo de “A Teoria do Sucesso Reverso”.

Não é lá uma grande teoria que daria orgulho ao Neil deGrasse Tyson, até por que ele se deu bem na vida falando de coisas que ninguém entende, mas finge que entende. É mais uma maneira de observar de forma positiva aquilo que não parece ser tão bom num primeiro momento. Tipo quando a gente apanhava da mãe - com aquele chinelão de couro do pai comprado em Aparecida - por ter pulado o muro da escola. Na hora é ruim, fora a humilhação, mas pelo menos você aprende que matar aula pode ser prejudicial à saúde.

Claro que a TSR – sigla para Teoria do Sucesso Reverso – do latim, “fracassus retumbantis”, não vale pra todo mundo, pois tudo é relativo, já dizia o velho Einstein. Veja o Rodrigo Hilbert, por exemplo. Ele não sabe o que é isso na vida. O cara é simplesmente perfeito. Perfeito ao ponto de dar raiva em TODOS OS HOMENS DO PLANETA. Como é possível? O cara não só é galã de novelas como é sarado, alto, loiro, com a cútis perfeita e um bronzeado de fazer inveja até ao Donald Trump, o verdadeiro agente laranja. Ele ainda por cima cozinha (isso é sacanagem). E pra piorar a nossa situação, ele não só cozinha como CAÇA A SUA PRÓPRIA COMIDA! E mais: Ele ainda tem um programa de televisão pra mostrar os pratos espetaculares que faz. Quando não caça, faz compras no Pão de Açúcar, o suprassumo dos mercados. 

E você que está aí pensando que o rapaz caça coelhinhos fofos, galinhas de angola, codornas e patinhos na lagoa, não. NÃO! O cara caça é Javali. Jacaré. Avestruz. Até posso ver os filhinhos dele (que são igualmente perfeitos e ainda por cima gêmeos) falando:

- Papai, papai! Estamos com fome.

-Crianças! Tomem aqui uma coxa de rinoceronte!

É demais para qualquer um. Como se tudo isso não fosse o bastante para humilhar a nós, homens normais que se apegam à TSR para ter alguma esperança na vida, o cara ainda é casado com a FERNANDA LIMA. É como se Deus o tivesse escolhido para receber tudo o que há de melhor na vida terrena. O problema é que não sobra muita coisa pra gente. Tudo o que a gente faz não presta. Nem se compara. São pessoas como o Rodrigo Hilbert que revelam alguns pontos fracos da Teoria do Sucesso Reverso, como a capacidade de tornar seu alento inútil diante de tamanha grandeza. Na verdade, só ele mesmo. Porque como ele, na há. O cara era, é e há de ser!

Só que existe um meio-termo nisso tudo. Nem sempre você está na parte de baixo da tabela. No fim da fila, na base da pirâmide, no início da cadeia alimentar (só pra usar todos os clichês possíveis). Outro dia assisti a um stand up com um comediante que falava justamente sobre como os caras bem-sucedidos humilhavam os mortais como ele. Claro que entre os nomes citados estava o de Rodrigo Hilbert, o mestre em fazer os demais se sentirem humilhados. E foi aí que eu pensei:

-Mas este “standapeiro” aí não é aquele que aparece na TV? Sim. É ele mesmo!

Daí eu fiquei imaginando que se pra ele, ser comparado ao Rodrigo Hilbert é ruim, imagine pra mim. O cara tem programa na televisão, faz comercial de tudo quanto é produto bom, faz dezenas de shows por semana, sempre com casa lotada, é uma figura reconhecida por todos, suas redes sociais vivem lotadas de comentários, curtidas e etc. Sua carreira já está consolidada e ele provavelmente já está rico a ponto de não se preocupar mais com o INSS.

Assim, eu olhei pra mim...

Ninguém me conhece. Nunca apareci na televisão. Eu não tenho talento nem pra fazer comercial de Tubaína no verão. Meu blog já tem dez anos de existência e até agora só tem dois seguidores, eu e minha esposa, que por sinal, só passou a segui-lo ontem porque eu mandei (lê-se, pedi de maneira respeitosa). Até agora, tudo o que eu fiz não deu em nada. Não que eu tenha feito muita coisa útil, mas eu até que tentei. Outro dia, um amigo de muitos anos me lembrou que eu sou a única pessoa do mundo que ele conhece que conseguiu perder um emprego público, com concurso e tudo, e ainda por cima durante o governo Lula. É, é verdade. Eu não sei fazer nem pipoca de microondas direito, quanto mais caçar o alimento e ainda prepará-lo para uma família feliz ao redor da mesa durante um programa de televisão que, claro, é gravado na própria fazenda do homem mais incrível da história (lê-se Rodrigo Hilbert). Eu faço compras no Dia e no Mercadinho da Vila, cuja dona eu descobri hoje que é minha vizinha. Não tive nenhum desconto por isso.

Dia desses eu fui tentar consertar o sensor de presença da academia de uma amiga. Não só quebrei o aparelho como arranquei o reboco da parede. Me lembro que quando eu era pequeno, fui cheirar um perfume daqueles da vovó (lê-se Avon), só que eu esqueci que eu estava deitado. O liquido entrou tão fundo no nariz que até hoje eu sei como é o cheiro, tipo essência de velha. Nos meus empregos ordinários, eu sempre ouvi:

- Você é bom.

- Legal!

- Mas tome aqui sua demissão! 

- O quê?

A torneira da cozinha está péssima. Imaginem as reclamações. Só que eu não arrumo porque eu sou muito grande e não consigo entrar embaixo da pia para executar o serviço. Ou seja, nem a minha fisiologia ajuda. Aliás, outro dia eu fiz um teste daqueles de bioimpedância e o aparelho disse que eu já tinha uma idade biológica de 76 anos. Foi aí que eu concluí que sou mais velho que meu pai e já posso dar entrada na aposentadoria. 

Eu sou daqueles que chupa todas as balas do baleiro que foram compradas pras visitas. Daqueles que, a cada quatro copos que lava, um se quebra. Daqueles que a impressora trava bem na hora e ainda deixa uma mancha de tinta na folha A4 novinha que é pra você não reaproveitar. Daqueles que aguardam ansiosamente a hora do almoço pra comer um marmitex de treze reais comprado no "buteco" ao lado do trabalho. Trabalho cuja chefe, por sinal, é minha esposa. Sou daqueles que quando solta um pum, não adianta: Ele sempre virá com um pouquinho de peróxido de hidrogênio e seu cheiro característico. O INSS é a única esperança de estabilidade financeira. Tomara que dê para pagar o marmitex porque eu não sei caçar javali.

Na vida, temos pessoas no topo. Comediantes bem sucedidos, mas que não são lá nenhum Rodrigo Hilbert e por isso se acham inferiores, e temos caras como eu, que estão abaixo de tudo. Até dos comediantes. Concluo, portanto, que Einstein tinha mesmo razão ao dizer que tudo é relativo. Passei a entender que, das coisas mais cotidianas a um show de stund up, ou mesmo caçando crocodilos para comer, tudo já foi teorizado, sintetizado e explicado pelas sábias meninas do "Bom, xibom, bombom, bombom". O motivo, todo mundo já conhece: É que o de cima sobe e o debaixo desce."   

Há algum tempo, minha mãe falou que ainda não estava tranqüila para partir, pois eu ainda não havia “dado certo na vida” (estas não foram as palavras dela, claro, pois nenhuma mãe faz isso com o filho, mas foi o que ela quis dizer). Foi aí que para mim, a TSR fez todo sentido e tornou-se ainda mais mágica e poderosa. Eu não sou nenhum Rodrigo Hilbert (impossível) e nem um comediante com programa de televisão, ok. Mas se eu continuar assim, um cara ordinário, com meia dúzia de leitores no blog, com uma torneira quebrada em casa e comendo marmitex de treze reais todos os dias, isso significa que MINHA MÃE VAI DURAR PARA SEMPRE. Tipo o Mumm-Rá, só que bonita, legal e bondosa. E isso é bom. Mais até do que bom. É ótimo. É a Teoria do Sucesso Reverso em sua plena magnitude. Chupa essa, Rodrigo Hilbert! 

Agora chegou a hora do almoço. Vou indo lá no "buteco". 

terça-feira, 22 de agosto de 2017

As dez melhores atrizes da atualidade

Por Jotha Santos
Após a lista dos “cuecas” mais incríveis de Hollywood, fiquei devendo a lista das garotas, que por sinal, é bem mais prazerosa de se elaborar. Foram muitos os pedidos (um só mesmo), então aí vai, mas antes, algumas considerações.

Esta lista pode causar muita polêmica por alguns motivos:

1°. Só contempla atrizes de Hollywood.
2°. Apenas mulheres (por isso a lista se chama “As dez melhores atrizes...”).
3°. Inclui, em sua maioria, atrizes jovens.
4°. Considera predominantemente a relevância de seus trabalhos e a frequência nas telonas.
5°. Não é baseada no cachê das participantes.
6°. Valoriza o talento.
7°. Exclui os clichês.
8°. Nela você não encontrará nomes como Meryl Streep (mito), Julianne Moore, Susan Sarandon, Michelle Pfeiffer, Helen Mirren, Judi Dench, Emma Thompson, Fernanda Montenegro, Catherine Deneuve, Bette Midler, Glen Close e tantas outras desta e de outras gerações, pois estas já figuram em outro panteão.
9°. Jodie Foster, Natalie Portman, Kate Winslet, Angelina Jolie, Nicole Kidman, Naomi Watts, Laura Linney, Rachel Weizz, Marion Cotillard, Helen Hunt, Carey Mulligan, Winona Rider, Julia Roberts e Sandra Bullock já fazem parte da cultura pop. Não precisam mais “competir” pelo amor dos fãs e nem figurar numa lista tão restrita.
10°. Brittany Murphy não está nela porque já morreu.

A revista Time a nomeou como uma das 100 pessoas mais influentes em todo mundo. Já tem duas estatuetas do Oscar em casa, além de três Globos de Ouro e inúmeros outros prêmios, mesmo em meio às críticas de alguns membros do (importante) Partido Comunista Russo após o seu trabalho em "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" (eita filminho ruim). A chamaram de “atriz de segunda categoria”. Sabe o que isso significa? Absolutamente nada!

Destaque para as atuações em:
Elizabeth
Blue Jasmine
The Aviator

Um talento indiscutível. É um prazer vê-la atuando. Já colecionava vários prêmios no teatro e na TV quando, em 2017, recebeu o Oscar da academia por sua atuação em "Fences" (melhor atriz coadjuvante). Durante a premiação, fez um discurso memorável.

Destaque para as atuações em:
Doubt
Fences
How to Get Away With Murder (série)



Charlize Theron
Considerada uma das mulheres mais bonitas do planeta (e é), a atriz sul-africana ganhou destaque após seu papel em "Poderoso Joe". Em 2004, levou o Oscar de Melhor Atriz no filme "Monster", quando interpretou a serial-killer-mais-feia-e-desprezível-do-mundo, Aileen Wuornos.

Destaque para as atuações em:
Monster
Terra Fria
Mad Max: Fury Road




Jessica Chastain
Já desfila no tapete vermelho de Hollywood como parte da realeza. Bela, elegante e muito competente, entrega sempre o melhor em seus papéis. Foi indicada ao Oscar pelo trabalho em “The Help” e, já no ano seguinte (2013), recebeu nova indicação em "Zero Dark Thirty".

Destaque para as atuações em:
A Most Violent Year
The Help 
Zero Dark Thirty




Deixou para trás a reputação de fazer apenas papéis bobinhos, “alegres” e “ensolarados”. Muito versátil, recentemente surpreendeu a todos por sua atuação em “Arrival”, de Denis Villeneuve, uma excelente ficção científica por sinal. A nova Lois Lane do universo estendido DC ainda tem uma “super” carreira pela frente (Tá, essa foi ruim).

Destaque para as atuações em:
Doubt
The Fighter
Arrival




Uma atriz que nós gostamos de ver nos filmes. Ela tem o talento para transformar em especial cada momento em que surge na tela. Forte e marcante, ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em “The Help” (2012). Em 2017, quase levou de novo pelo desempenho no maravilhoso “Hidden Figures”. Ah, essa Viola...

Destaque para as atuações em:
The Help
Hidden Figures
A Time to Kill


Jennifer Lawrence
Confesso que relutei bastante em colocar a bela nessa lista. Ela ainda não me convenceu, apesar do inquestionável talento. E como me convencer também não é importante, vamos mantê-la aí. Apesar da pouca idade, já faturou o Oscar de Melhor Atriz em “Silver Linings Playbook” (O Lado Bom da Vida - 2013), filme que eu não gostei muito. Achei bem comum até, mas os especialistas disseram que é ótimo. Vamos acompanhar (como se isso fosse mudar alguma coisa).

Destaque para as atuações em:
Winter´s Bones
Silver Linings Playbook
Joy
The Hunger Games



Michelle Williams
Já teve quatro indicações ao Oscar, mas ainda não levou nenhum. Acho que é só questão de tempo (lembram do Leo?). Seu papel em “Manchester by the Sea” foi ótimo, mas muito curtinho. Ia ser muita sacanagem dos tiozinhos da Academia se dessem pra ela com a Viola (ela de novo) na parada. Foi casada com o Coringa, quer dizer, com o Heath Ledger, com quem teve uma filha.

Destaque para as atuações em:
Brokeback Mountain
Blue Valentine
Manchester by the Sea


Hilary Swank
“Karatê Kid 4” não conta, tudo bem? Já em 1997, destacou-se como uma “mãe solteira” (?) em “Beverly Hills, 90210”, nosso eterno “Barrados no Baile”. Foi dispensada pouco tempo depois, mas aí, entrou para o elenco de “Boys Don´t Cry” e faturou o Oscar de Melhor Atriz, entre outros prêmios. Não contente, levou mais uma estatueta em 2005 por “Million Dollar Baby”, do lendário Clint Eastwood. Quem é a boa agora, hein, velho Aaron Spelling? Que Deus o tenha.

Destaque para as atuações em:
Conviction 
Boys Don´t Cry
Million Dollar Baby


Anne Hathaway
Mais uma confissão a fazer. Ela não ia entrar na lista. Eu estava pensando na Scarlett Johansson quando uma voz veio e me falou: - Não deixe a atriz mais querida da “América” de fora! Seus filmes quase sempre rendem boas bilheterias e são elogiados pela crítica. Em “Les Misérables” (2013), conquistou o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Eu não assiti, mas os filhos do Silvio Santos, com certeza.

Destaque para as atuações em:
The Devil Wears Prada
Love and Other Drugs
Les Misérables

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Congo esquecido

Centenas são mortos todos os dias a golpes de facões, flechas, paus e pedras!
Por Jotha Santos
Estava olhando a data da minha última postagem aqui no conceituado (não é pra rir) “Coluna Livre” e até eu me espantei: 08 de julho de 2014! Isso é o que eu chamo de preguiça de escrever, nível profissional. Tenho certeza de que os inúmeros leitores espalhados pelo mundo (isso aqui é nível mundial) estão felizes com a minha ressurreição. Prometo não abandoná-los mais por tanto tempo, mãe, pai, irmão e mais dois amigos... ...ôpa! Espera aí! Nem meu pai me lê...

Hoje eu estava navegando pelos principais portais de notícias do Brasil e do mundo e, claro, as principais manchetes eram sobre o atentado em Barcelona. Um maluco qualquer pegou uma van e saiu atropelando um monte de gente que estava em um tradicional “calçadão” da cidade. Quatorze mortes e dezenas de feridos. Mas não é sobre o atentado em si que eu quero refletir. Nem sobre Barcelona e muito menos sobre a Espanha. Até porque a imprensa mundial (mais séria e importante do que eu) já o fez e continuará fazendo por dias e dias.

Eu quero mesmo é falar sobre o Congo. Mais precisamente sobre a República Democrática do Congo. E sabe por que? Por que ninguém o faz. Aquele enorme país africano padece. Guerras civis intermináveis, fome, miséria, cólera, catástrofes naturais e não naturais, enfim, a lista de tribulações no Congo é tão dantesca que o próprio Dante (o Alighieri) colocaria outro adjetivo muito pior. 

Um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) revela que, apenas entre março e junho deste ano (sim, de 2017), mais de 250 pessoas, entre as quais, 62 crianças foram vítimas de execuções selvagens no Kasai, centro da República Democrática do Congo. Entre as 62 crianças executadas por agentes do Estado, milícias ou rebeldes, 30 delas tinham menos de oito anos de idade. Seis milhões de pessoas já morreram nas violentas guerras que surgiram nos últimos anos naquele país. Isso mesmo. Você não leu errado. São seis milhões de pessoas até o momento e este número só aumenta. 

Outras sete milhões de pessoas passam fome por escassez de alimentos neste exato momento. Enquanto eu escrevo, enquanto você lê, enquanto a imprensa inunda as páginas dos jornais, sites informativos e o escambau com a notícia de mais um atentado na Europa. Segundo alerta da ONU, o número de pessoas que enfrentam a fome aguda no Congo subiu 30% em relação ao ano de 2016. Ainda segundo relatório das Nações Unidas, pelo menos 43% das crianças congolesas menores de cinco anos enfrentam um estado de desnutrição crônica. 

Uma epidemia de cólera na parte oriental do país, que eclodiu no início do mês passado, já deixou 117 mortos. De acordo com relatório dos Médicos Sem Fronteiras, fatores como a falta de higiene e água potável agravam o surto.

Só nesta quinta-feira (17), a mesma quinta-feira do maluco da van em Barcelona, pelo menos 40 pessoas morreram em um deslizamento de terra no leste da República Democrática do Congo. A notícia mereceu míseras seis linhas no G1, portal de notícias da Globo. No JC Online, outras 10. No UOL, umas 15. Ah..! Mas deslizamento acontece mesmo! É uma catástrofe natural. Não no Congo onde tudo é mais complicado. Além das chuvas, atividades sísmicas e vulcânicas, o que mais mata lá (neste caso) são os deslizamentos causados por minas ilegais onde centenas de jovens e crianças se arriscam em troca de recompensas ridículas. Muitas vezes apenas por um pedaço de pão. O país ainda é muito rico em recursos naturais, como cobalto, cobre, zinco petróleo e ouro, mas o diamante é a jóia da cora. As reservas são as maiores do mundo. Assim, o que os europeus não saquearam após anos e anos de exploração, ficam em disputa entre os incontáveis grupos armados espalhados por aquele país. 

Na última terça-feira, dia 15, mais de 33 mil refugiados congoleses em Angola foram transferidos para uma nova área localizada um pouco mais próxima das bases de apoio da ONU. Tudo isso para tentar melhorar as condições de vida de uma pequena parcela da população que tenta fugir das cruéis atrocidades cometidas por milicianos e grupos rebeldes. Você provavelmente não deve se lembrar de ter visto este ou qualquer dos fatos citados acima no Jornal Nacional, Globo News, Folha de S.Paulo. Até mesmo o assassinato de dois investigadores da ONU em março, na região central do Congo, foi pouco divulgado. Seus corpos foram encontrados em covas rasas duas semanas depois. 

Na República Democrática do Congo, centenas de pessoas como eu e você, como espanhóis, italianos, franceses e americanos são mortas todos os dias a golpes de facões, flechas, paus e pedras. Mulheres são estupradas seguidamente por semanas. Quando imaginam que o tormento está chegando ao fim, ainda são cruelmente mutiladas, ficando então as marcas de um período de agonia que até o diabo gostaria de esquecer. Crianças nascem em meio à fome e a miséria total. Quando conseguem chegar aos oito, nove anos de idade, são obrigadas a lutar com armas nas mãos ou a trabalhar em minas exploratórias. As meninas tornam-se escravas sexuais. A expressão “infância perdida” é um eufemismo para aqueles que jamais souberam o que é ter infância. Dos cerca de 1,3 milhões de refugiados deslocados pelas Nações Unidas no último ano (apenas de Kasai, região central do país), mais da metade são jovens e crianças que foram separados de suas famílias e recrutados por milícias. A imagem da criança soldado na República Democrática do Congo é mais nítida do que em qualquer outro lugar. 

Eu fico triste ao ver o terrorismo crescente na Europa, antes considerada segura. Fico, sim. Mas fico ainda mais triste quando aqueles que, historicamente mais sofrem no mundo, são simplesmente ignorados. É como se algumas regiões do planeta não estivessem mais no mapa. Há um povo esquecido lá fora. Um povo que sofre o terrorismo diário de não ter um pedaço de pão para comer ou um copo d'água para beber. Que sente o horror de atrocidades inimagináveis correndo em suas veias ano após ano. Imagine dormir e acordar todos os dias com uma fome tão intensa e violenta, capaz de fazer o estômago e cada pedaço do seu corpo doer a ponto de você clamar pela morte. Imagine a escuridão de uma aldeia remota, repleta de homens armados e prontos para sequestrar seus filhos, estuprar suas mulheres e destruir suas casas, ou o pouco que resta delas. Imagine ver dezenas de corpos pútridos espalhados pelas ruas, exalando o cheiro da morte como um sinal de que, naquele lugar, nem o próprio Deus se permite mais estar. Imagine ter uma expectativa de vida de apenas 48 anos.

A realidade mundial é muito mais cruel do que aquilo que podemos ver. A história de que todos somos iguais nunca foi tão mentirosa. Um espanhol é mais importante que um congolês. Um italiano é mais importante que um nigeriano. Um francês é mais importante que um queniano. É assim que o mundo é. É assim que a imprensa e os poderosos de uma classe elitista mundial querem que seja. Alguns tentam ajudar. Alguns tentam mudar esta realidade, mas sem apoio, desistem ou deixam o trabalho incompleto. Assim como aqueles que pretendem ajudar, também são ignorados e esquecidos. 

Grupos terroristas como o Estado Islâmico, Hamas, Talibã e IRA ocupam constantemente as manchetes de jornais. Crianças retiradas de forma violenta e cruel de suas famílias, não. Todos sabem o que acontece na Europa, mas ninguém sabe – ou melhor – ninguém quer saber o que acontece no continente africano, onde pessoas exatamente iguais as europeias vivem e também têm sonhos, esperanças, pais, mães, filhos e filhas. Lá também existem pessoas que não podem ser ignoradas. Que merecem dias melhores. Que merecem uma ação ostensiva de autoridades mundiais para que a escalada da miséria, da fome e da violência um dia termine ou seja pelo menos minimizada. No Congo, na Nigéria, Quênia ou Sudão, nas menores e mais remotas regiões do planeta, as pessoas merecem atenção. Merecem visibilidade, compaixão e ajuda. Merecem misericórdia e merecem que alguém olhe por elas. Merecem amor. 

Segundo o relato bíblico, Deus enviou o dilúvio para apagar o mal que o homem havia espalhado pela terra. Faltava amor ao próximo, exatamente como hoje. É conveniente escolher a quem amar. Parece que fizemos nossa escolha. Pagaremos todos por ela.

"Para que o mal vença, basta que o os homens de bem não façam nada".

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